Pena de Morte: Bispos norte-americanos e líderes religiosos pedem fim das execuções federais

Lisboa, 09 jul 2020 (Ecclesia) – Bispos dos Estados Unidos da América uniram-se a 1000 líderes de religiões representativas no país e assinaram uma declaração contra as execuções federais que o Governo norte-americano planeou recomeçar este mês.

“Como líderes religiosos de uma ampla variedade de tradições, pedimos ao presidente Trump e ao procurador-geral [William] Barr que detenham as execuções federais programadas”, lê-se no comunicado dos responsáveis religiosos, divulga a Agência ‘ACI Digital’.

Os bispos norte-americanos e os 1000 líderes de outras religiões explicam que devem “se concentrar na proteção e preservação da vida, e não em realizar execuções”, numa altura que o país lida com a pandemia do coronavírus Covid-19, “com a crise económica e com o racismo sistémico no sistema jurídico criminal”.

O arcebispo de Louisville, D. Joseph Kurtz, o bispo de Owensboro (Kentucky), D. William Medley, e D. Oscar Solis de Salt Lake City, o bispo de Davenport (Iowa), D. Thomas Zinkula e D. Richard Pates, administrador apostólico de Joliet no Illinois, são os bispos católicos que assinaram a declaração, bem como sacerdotes, também diáconos, leigos e líderes de denominações cristãs do judaísmo reformista, congregações judaicas conservadoras e budistas, entre outros.

d. Richard Pates afirmou ainda que “a Igreja acredita que o castigo justo e necessário nunca deve excluir a dimensão da esperança e o objetivo da reabilitação, numa carta adicional.

O procurador-geral William Barr deu instruções ao Gabinete de Prisões (BOP) para recomeçar a execução de prisioneiros federais no corredor da morte, no verão de 2019, pela primeira vez desde 2003.

A Agência ‘ACI Digital’ informa que este mês está prevista a aplicação da pena capital a Daniel Lewis Lee, Lezmond Mitchell, Wesley Ira Purkey, Dustin Lee Honken e Alfred Bourgeois, condenados pelo assassinato de crianças e adultos e, em alguns casos, por tortura.

As execuções estão programadas para a Prisão Federal de Terre Haute, Indiana, na Arquidiocese de Indianápolis, de 13 de julho a 28 de agosto, e o arcebispo D. Charles C. Thompson disse que “a lei suprema da Igreja, a salvação das almas, exige que fale sobre esse assunto muito grave”.

“A humanidade não pode permitir que o ato violento de um indivíduo faça com que outros membros da humanidade reajam com violência”, desenvolveu.

O arcebispo de Indianápolis afirmou que a Igreja “está preocupada com a alma de todas as pessoas, incluindo as que estão no corredor da morte”, por isso, suplicou “contra a pena de morte como preocupação última pela alma eterna da humanidade”.

O presidente do Comité de Justiça Nacional dos Bispos dos Estados Unidos, D. Paul Coakley, arcebispo de Oklahoma City, também pediu ao Governo norte-americano que interrompa as execuções e realçou que do pontificado de João Paulo II, ao Papa emérito Bento XVI e, atualmente, o Papa Francisco pediram o fim da pena de morte e os bispos norte-americanos votaram maioritariamente a favor da nova linguagem do Papa Francisco no Catecismo que chama a pena de morte de “inadmissível”, lê-se no sítio online da agência católica.

CB

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