Porto: D. Manuel Linda apela à paz, sublinhando os temas da liberdade religiosa e do acolhimento aos refugiados

Bispo diocesano presidiu à primeira Missa de 2022

Foto: Voz Portucalense

Porto, 01 jan 2022 (Ecclesia) – O bispo do Porto presidiu hoje à Missa da solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, sublinhando a importância da liberdade religiosa e do acolhimento aos refugiados.

“Esta paz também exige muito de nós: remover do nosso coração e das estruturas do pensamento todo o ódio que cega e o individualismo que conduz ao desinteresse social” – alertou D. Manuel Linda.

Numa intervenção citada pelo jornal ‘Voz Portucalense, o responsável católico destacou que “a Europa e as Américas têm na sua génese contínuas correntes migratórias”.

“Ignorar isto e fechar acintosamente as portas a quem chega à procura das migalhas que caem da nossa mesa, é gerar ressentimentos, lutar contra o sentido da história e acumular tensões que podem vir a ser destrutivas”, advertiu.

Sobre a liberdade religiosa, o bispo do Porto, analisou o “panorama mundial” considerando que “não é animador” para o cristianismo. “No Ocidente, em nome de uma liberdade de pensamento e de expressão na qual cabe tudo, agride-se a fé, denigrem-se as referências religiosas e amesquinha-se a Igreja. Em grande parte do mundo, destroem-se os templos e os símbolos dos cristãos, sujeitam-se estes ao martírio e ao medo, excluem-se do dinamismo social e tudo se faz, ainda que com luva branca, para afastar a sua presença das áreas onde o cristianismo nasceu, se difundiu e se consolidou. O que está a acontecer na Índia, reavivado neste Natal, é elucidativo: ao mais alto nível, acicatam-se os ânimos hindus, favorece-se a destruição e a perseguição e paralisa-se a ação das religiosas da Madre Teresa porque –imagine-se!- pelo seu exemplo de fé e dedicação alguns se convertem ao cristianismo. Mas, como se trata de uma das maiores nações do mundo, ninguém esboça uma condenação, ninguém ousa apelar ao bom senso” – afirmou.

Durante a celebração, na Catedral do Porto, o bispo recordou a Mensagem do Papa Francisco para este Dia Mundial da Paz.

“Que todos os homens e todas as mulheres, ao longo deste novo ano de 2022, sejamos dignos da sublime honra de termos sido tornados filhos de Deus e demonstremos na boa relação social os vínculos da fraternidade, a condição mais básica do ser pessoa à face da terra”, concluiu.

A Igreja Católica celebra a 1 de janeiro o Dia Mundial da Paz, instituído em 1968 por São Paulo VI (1897-1978); Francisco escolheu, como tema da sua mensagem para 2022, o ‘Diálogo entre gerações, educação e trabalho: instrumentos para construir uma paz duradoura’.

OC

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