Igreja/Sociedade: Cáritas Internacional pede fim das sanções à Síria

Organismo da Igreja alerta que, depois de 10 anos de guerra, país do Médio Oriente vive «bomba» da pobreza

Cidade do Vaticano, 23 mar 2021 (Ecclesia) – A ‘Caritas Internationalis’ pediu hoje o fim das sanções à Síria e incentivou a comunidade internacional a agir, alertando que, depois de 10 anos de guerra, o país vive uma “bomba” de pobreza,.

“Os sírios, e especialmente a geração mais jovem da Síria, não podem mais suportar os julgamentos e a violência desta guerra, eles merecem um futuro melhor”, disse o secretário-geral da organização católica, Aloysius John, na conferência internacional online ‘Igreja e Cáritas: 10 anos de resposta humanitária na Síria’.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a confederação internacional da Cáritas informa que se “une” à Igreja na Síria para pedir a suspensão das sanções unilaterais, o aumento do acesso a serviços e cuidados de saúde, incluindo vacinas contra a Covid-19.

A organização católica também que a solução do conflito na Síria seja “uma paz negociada”, evitando o impasse contínuo que só resulta em “sofrimentos incalculáveis” para civis inocentes.

“A destruição não fez distinção entre casas, instalações públicas ou centros médicos ou educacionais ”, disse o diretor-executivo da Cáritas Síria.

Riad Sargi explicou que as sanções e o boicote à Síria “afetaram negativamente a vida dos cidadãos”, especialmente os mais vulneráveis, e “alguns só podem comer pão e beber água”.

A ‘Caritas Internationalis’ alerta que 90% da população síria “mergulhou na pobreza”, como consequência de dez anos de guerra, de sanções internacionais, da pandemia e da crise económica.

Segundo a organização católica, um terço da população fugiu da Síria e 12,4 milhões de pessoas não têm acesso fiável a alimentos e aquecimento.

Na conferência online, o núncio apostólico na Síria salientou que “não caíram bombas e foguetes” em várias regiões da Síria por alguns meses mas explodiu a “terrível ‘bomba’ da pobreza”.

O cardeal Mario Zenari agradeceu a assistência permanente da comunidade, especialmente da Cáritas Síria, mas realçou que “os grandes projetos de emergência não podem continuar para sempre”.

Segundo o comunicado, a confederação da Cáritas ajudou uma média de “1 milhão de pessoas por ano” desde o início da guerra, em 2011, em áreas como a alimentação, educação, reforma de casas, apoio psicológico e de saúde, projetos de água e higiene, e projetos de subsistência.

A organização lançou uma campanha de arrecadação de fundos para os mais novos, destacando que 2,4 milhões de crianças não têm acesso à escola.

“Queremos paz, queremos diálogo. Pedimos ao governo que coopere com a oposição para restaurar a dignidade humana”, afirmou D. Jean-Abdo Arbach, arcebispo Melquita de Homs e presidente da Caritas Síria.

A ‘Caritas Internationalis’ promoveu a iniciativa online na véspera da quinta conferência de doadores da União Europeia.

CB/OC

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