Igreja: Presidente da CEP denuncia «barbárie inaceitável» que atinge civis e trabalhadores humanitários em cenários de guerra

D. José Ornelas evoca crises em Gaza, Ucrânia, Iémen, Síria, Sudão, Congo e conflitos que «já nem são notícia»

Foto: Lusa/EPA

Fátima, 08 abr 2024 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) denunciou hoje, em Fátima, o que denominou como “barbárie inaceitável” que atinge civis e trabalhadores humanitários em cenários de guerra.

“A destruição programada das habitações, escolas e hospitais, o impedimento da ajuda internacional e, pior ainda, a eliminação daqueles que procuram acudir a tamanha selvajaria são atos de barbárie inaceitável, mesmo em tempos de guerra”, declarou D. José Ornelas, no discurso de abertura da 209ª Assembleia Plenária da CEP.

O responsável católico considerou que ninguém pode “fechar os olhos aos dramas da guerra”.

“As suas sequelas de horror, barbárie e destruição ensombram o panorama mundial, causando sofrimentos inauditos a milhões de pessoas e pondo despudoradamente a nu a crueldade visada de matar, abusar e fazer reféns pessoas inocentes ou, em resposta, devastar sistematicamente as possibilidades elementares de vida de populações inteiras, reduzindo-as à mais indescritível miséria”, lamentou D. José Ornelas.

É o que se passa em Gaza, nas cidades da Ucrânia e igualmente em muitas outras guerras, que já nem são notícia, como no Iémen, na Síria, no Sudão, no Congo e em tantos outros países. Como tem repetido o Papa Francisco, a guerra nunca é solução e leva apenas à destruição, ao sofrimento e à morte, semeando ódios que permanecerão por muitas gerações”.

A Assembleia Plenária vai discutir até quinta-feira, entre outros temas, as reparações financeiras a vítimas de abuso sexual de menores e a nota pastoral a propósito dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, além do documento sobre o V Congresso Eucarístico Nacional.

Foto Agência ECCLESIA/HM

D. José Ornelas falou ainda das iniciativas de preparação e celebração do Jubileu 2025, convocado pelo Papa sob o lema “Peregrinos de Esperança”.

“Neste Ano da Oração de preparação para o Jubileu, a Igreja lembra que Deus não é inacessível e que cada um pode contactar com ele simplesmente através da escuta da sua Palavra e da oração”, apontou o bispo de Leiria-Fátima.

A reunião visa ainda preparar a próxima visita dos bispos diocesanos e auxiliares a Roma, para um encontro com o Papa e os organismos fundamentais da Santa Sé (Visita ad limina Apostolorum), em finais de maio.

A 209ª Assembleia Plenária da CEP termina com uma conferência de imprensa, esta quinta-feira, às 15h00.

A CEP, entidade representativa da Igreja Católica em Portugal, foi formalmente reconhecida a seguir ao Concílio Vaticano II, em 1967, com a ratificação pela Santa Sé dos primeiros Estatutos aprovados na Assembleia Plenária de 16 de maio, revistos posteriormente em 1977, 1984, 1999, 2005 e 2023.

De acordo com o Direito Canónico, este é o agrupamento dos bispos das dioceses de Portugal que, sob a autoridade do Papa, “exercem em conjunto certas funções pastorais em favor dos fiéis do seu território”.

A Assembleia Plenária é o órgão colegial máximo da CEP.

OC

 

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