EUA: Donald Trump criticado pela falta de «determinação» na defesa da liberdade religiosa no mundo

Comissão independente que monitoriza questão destaca situação «preocupante» que se tem vindo a agravar «em muitos países»

Lisboa, 02 mai 2018 (Ecclesia) – A Comissão para a Liberdade Religiosa Internacional, dos Estados Unidos da América, emitiu um comunicado a criticar a postura de Donald Trump e do seu executivo relativamente à perseguição religiosa no mundo.

Na nota, veiculada esta quarta-feira pela Fundação Ajuda a Igreja que Sofre, aquele organismo salienta que o atual Governo norte-americano “não tem estado suficientemente sensível” a estas questões.

Nomeadamente no que diz respeito à ação contra o “Estado Islâmico”, à resolução de situações de repressão em países como o Paquistão ou a Turquia, e na resposta à crise de refugiados.

Aquela comissão independente sublinha ainda os atentados à liberdade religiosa como “uma tendência preocupante” no mundo, pedindo à administração Trump que considera esta matéria como uma “prioridade da sua política externa”.

De acordo com o presidente da Comissão para a Liberdade Religiosa Internacional, Daniel Mark, “as condições de liberdade religiosa deterioraram-se em muitos países”.

Um relatório daquele organismo refere 10 nações que devem merecer “especial atenção” em termos da preservação da liberdade religiosa: Birmânia, China, Eritreia, Irão, Coreia do Norte, Arábia Saudita, Sudão, Tadjiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão.

No documento deste ano, a Comissão decidiu acrescentar outros seis países onde as comunidades religiosas, e em particular os cristãos, vivem uma situação complicada.

São eles a República Centro-Africana, a Nigéria, o Paquistão e a Rússia, a Síria e o Vietname.

“Os países referidos no relatório deverão ser suscetíveis de sanções económicas e comerciais por parte do executivo norte-americano”, pode ler-se.

Além destes países, a Comissão considera ainda que os Estados Unidos da América devem incluir na sua agenda política internacional “organizações, e não apenas países, como sendo responsáveis pela violação da liberdade religiosa em determinadas regiões do mundo”.

Neste caso, destaca a situação do autoproclamado Estado Islâmico que tem espalhado o terror e a violência em países como o Iraque e a Síria, e também a atuação dos Taliban, no Afeganistão.

Na mesma linha, são recordados contextos “graves” de perseguição e violência em todo o mundo, “como o caso da ‘limpeza étnica’ dos muçulmanos Rohingya em Mianmar, na antiga Birmânia; dos budistas tibetanos na China; e da ‘campanha genocida’ dos jihadistas contra cristãos, yasidis e muçulmanos xiitas no Iraque e na Síria”.

A Comissão lembra ainda dois casos de pessoas que sofreram na pele a perseguição religiosa: “Andrew Brunson, um pastor evangélico americano detido atualmente na Turquia; e Asia Bibi, uma cristã condenada à morte no Paquistão por blasfémia por ter bebido um copo de água de um poço”.

Em todas estas situações, este organismo dedicado à monitorização da Liberdade Religiosa no plano internacional entende que “o governo de Donald Trump não tem agido até aqui com a determinação necessária” nem com a firmeza suficiente para a liberdade religiosa de nações e pessoas ser garantida.

JCP

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