Construir a esperança no futuro

Paulo Barradas Rebelo, Diocese de Coimbra

Foto: Nuno Coimbra

Vivemos tempos de incerteza nunca experimentados no mundo moderno. Pandemia, guerras, eleições, inflação, emprego, transição digital e energética. Uma realidade de contornos indefinidos e de enorme incerteza, que nos confronta com os nossos limites e com as nossas fragilidades.

É nesta realidade que as empresas e as organizações se estão a redefinir e a procurar continuar a sua ação. São milhares de líderes e equipas que procuram minimizar o impacto brutal destes fenómenos nunca antes imaginados. Tempos difíceis que pedem decisões difíceis, muitas vezes tomadas sem todos os dados necessários e no silêncio da consciência de cada um.

Nesse sentido, a ACEGE reforça junto dos seus associados que tenham a ousadia de enfrentar todas as situações, mesmo as mais difíceis, com coragem, responsabilidade e esperança, assumindo critérios de racionalidade, de solidariedade e de procura do Bem Comum para as suas empresas, mas também, para todos os que se relacionam com elas.

Os líderes empresariais, com os talentos que Deus lhes deu, estão na linha da frente do combate à crise económica e social, são por definição construtores de esperança, capazes de inovar, resistir, sofrer e ser ousados na criação de valor, na construção do nosso futuro.

Com as recentes eleições e com um novo Governo eleito em Portugal, este é o momento de superação, de não nos deixarmos isolar nos nossos problemas, mas apostarmos na cooperação entre todos – governo, organizações e pessoas. Este é o momento “de reforçar ainda mais as redes, olhando para os outros e para nós mesmos, aplicando os critérios do amor e da verdade que nos transformam e transformam o mundo. Este é o momento de todos tentarmos, até ao limite da razoabilidade económica, encontrar formas de cooperação e estratégias criativas para manter o emprego com empresas saudáveis e construindo um Portugal melhor.

É por isso importante, nesta fase, ter uma ação discernida, serena, e assumindo critérios claros e seguros. Estes tempos pedem-nos rigor, competência, energia, exigência. Mas também paciência, generosidade e confiança. É isso que nos é pedido, é isso que teremos de procurar dar.

Nesse sentido a ACEGE coloca alguns critérios orientadores para as decisões:

  1. Refletir sobre todas as decisões, pedindo o discernimento para procurar sempre o Bem Comum;
  2. Cumprir todos os planos e procedimentos ao alcance da sua empresa que promovam a coesão social, assumindo uma postura de responsabilidade social;
  3. Manter uma comunicação aberta, franca e transparente com os colaboradores, partilhando dificuldades e desafios, respeitando os seus direitos legais;
  4. Cumprimento rigoroso das obrigações perante os fornecedores de bens e serviços, nomeadamente o pagamento no prazo aos fornecedores, de modo a não provocar constrangimentos de liquidez;
  5. Fortalecer o conhecimento da realidade social e familiar dos colaboradores, para reforçar gestos e sistemas internos de solidariedade. A proteção da Família deve também estar no centro das preocupações;
  6. Não deixar de acreditar, procurar a reinvenção dos seus negócios, inovar nas estratégias e estar aberto a novas oportunidades e âmbitos de cooperação e entreajuda empresarial que possam criar desenvolvimento económico.

Nessa mesma linha, a ACEGE tem um conjunto de propostas, com apresentação de testemunhos pessoais, como o que vai acontecer na próximo dia 8 no Seminário Maior de Coimbra, em que teremos a honra de receber e ouvir o que o Dr, António Pinto Leite tem para nos dizer, nomeadamente, com a apresentação do seu mais recente livro “Não há vidas grátis” e ainda no próximo dia 23 de maio, teremos uma ação sobre certificação de Empresas familiarmente responsáveis (EFR) em parceria com o Clube de Empresários e Coimbra e onde teremos a oportunidade de conhecer, o que de melhor se pode fazer por este tema central, hoje, nas preocupações de todos as organizações, seja no recrutamento, seja na retenção de talentos. Estes são dois bons exemplos do espaço de partilha e desafios que a ACEGE promove no sentido de formar melhores líderes e melhores empresas.

Que cada um possa aceitar este desafio de colocar a sua capacidade empreendedora, os seus talentos de liderança, os seus recursos e o seu poder ao serviço das suas organizações, reafirmando sempre a esperança na Vida e ousando com humildade ser construtor do futuro, sabendo que Deus senhor da Vida, nos dará a força, o saber e a coragem necessária para o desafio que temos pela frente: Construir a esperança no futuro.

Paulo Barradas Rebelo

Presidente do Núcleo da ACEGE de Coimbra e

Membro da Comissão Diocesana Justiça e Paz

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