China: Ordenação episcopal aprovada pela Santa Sé

Porta-voz do Vaticano pede que sejam respeitadas «normas da Igreja Católica»

Cidade do Vaticano, 29 nov 2011 (Ecclesia) – O porta-voz do Vaticano revelou hoje que a próxima ordenação de um bispo da China conta com a aprovação da Santa Sé, deixando votos de que se respeitem as “normas da Igreja Católica”.

A celebração, marcada para quarta-feira, vai decorrer na diocese de Yibin, província do Sichuan, cujo novo bispo será Luo Xuegang.

Em declarações aos jornalistas, o padre Federico Lombardi disse ter “visto circular esta notícia nos media”.

“Se tal acontecer, trata-se de um candidato aprovado pela Santa Sé. Faço votos, naturalmente, que se a ordenação tiver lugar, se respeitem as normas da Igreja Católica”, acrescentou.

Em causa, segundo o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, está a necessidade de “informar os fiéis a respeito da aprovação do candidato”, por parte do Papa, e a exclusão, da cerimónia, de qualquer “bispo ilegítimo”, ou seja, os que foram nomeados pelo regime de Pequim sem autorização do Vaticano.

“Nesse caso, o evento seria um encorajamento para a comunidade católica”, concluiu o padre Lombardi.

O Governo da China disse esta terça-feira que quer melhorar suas relações com a Santa Sé, com quem não mantém relações diplomáticas desde 1951, em assuntos como a nomeação de bispos.

“A China é sincera no seu desejo de melhorar as relações com o Vaticano e gostaria que isso acontecesse de acordo com uma série de princípios”, afirmou em conferência de imprensa Hong Lei, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Pequim apenas admite a prática religiosa no interior das estruturas registadas, sob a supervisão das associações patrióticas.

Os membros de outras Igrejas e comunidades religiosas vivem sob o risco de serem condenados à prisão ou a campos de reeducação.

A Associação Patriótica Católica foi criada em 1957 para evitar interferências estrangeiras, em especial da Santa Sé, e para exigir que os católicos vivam em conformidade com as políticas do Estado, deixando assim na clandestinidade os fiéis que reconhecem a autoridade do Papa.

OC

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