Casimiro Rosa

Paulo Rocha, Agência Ecclesia

A função de produtor, na televisão, rádio, cinema, teatro ou qualquer outra arte, é, por natureza, escondida, de bastidores, mas essencial para o decorrer de qualquer emissão, para a concretização de um projeto ou a realização de todos os espetáculos. Trata-se de uma figura central, desde a programação de um evento à sua planificação e depois na concretização. Sem a produção, as coisas não acontecem!

Nas últimas décadas, mais de meio século talvez, há uma pessoa que trabalhou como produtor num setor muito específico: a transmissão das Eucaristias, na rádio e na televisão. No Domingo de Ramos, no início desta Semana Santa, já no fim da transmissão da Missa na TVI, a partir de uma paróquia da zona de Sintra, o sacerdote quis homenagear quem normalmente não figura entre os participantes e muito menos na primeira fila. E chamou o produtor das transmissões das Missas na TVI, desde a primeira hora, para um reconhecimento público, por ser das últimas emissões que produzia. Foi homenageado quem desde sempre esteve nos bastidores: Casimiro Rosa.

Recordo o ano de 1993 e o começo do projeto da TVI, que tinha entre as suas lideranças o padre António Rego. Para cuidar das transmissões religiosas, o padre Rego chamou, ainda antes do início das emissões, o Casimiro Rosa, para com ele planificar as transmissões das Missas, assim como da oração do ângelus, ao domingo, em direto do Vaticano. Inicialmente, tudo acontecia na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa, e depois, a partir de paróquias de todo o país. Sempre tendo como produtor, durante mais de 30 anos, Casimiro Rosa, que já antes do projeto da TVI assegurou funções semelhantes na Emissora Nacional, onde começou a trabalhar como paquete, depois na RDP e na Renascença.

Em tempos de fim de mandato, muito longo sem dúvida, gratidão é a palavra primeira que deve ser dirigida a quem viveu para fazer chegar aos ouvintes e aos telespectadores as celebrações dominicais em tantas paróquias, de Norte a Sul do país, partilhando com todos os públicos experiências de comunidades crentes. Independentemente de tantas circunstâncias, que são incontornáveis quando em causa está a gestão de equipas alargadas, onde é necessário gerir competências bem distintas, como são as televisivas e as litúrgicas, o trabalho do Casimiro Rosa fica na história de Igreja em Portugal. Sobretudo nos anos em que colaborou com o padre António Rego, um repórter e realizador que deixou para a comunicação em Portugal um modo de presença mediática em ambientes litúrgicos que continua a ser inspirador.

Este ano, tem de ser também de homenagem ao realizador: na Quinta-feira da Semana Santa, um dos jubileus de ordenação sacerdotal que foi evocado na Diocese de Angra celebrou os 60 anos de sacerdócio do padre António Rego. Na Missa Crismal presidida pelo bispo de Angra na Igreja Matriz de São Sebastião, em Ponta Delgada, D. Armando Esteves Domingues referia-se assim ao jubileu sacerdotal do padre Rego:

“É um dia bonito para todos nós mas é particularmente bonito para o Padre António Rego que foi ordenado nesta Matriz há 60 anos. Fica aqui a expressão da nossa diocese mas também da Igreja portuguesa a quem deu tanto através da comunicação social, contribuindo para a abertura da Igreja ao mundo, uma Igreja aberta e atenta ao mundo”.

É isso mesmo!

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