Covid-19: Arcebispo de Braga anuncia cancelamento do «Compasso» na Páscoa e pede que párocos ajudem as famílias a viver momento excecional

D. Jorge Ortiga convida a «lutar de forma original contra o coronavírus»

Braga, 12 mar 2020 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga informou o cancelamento do “Compasso/Visita Pascal”, no Domingo de Páscoa (12 de abril), na segunda-feira seguinte ou no Domingo de Pascoela, numa nota em que convida a “lutar de forma original contra o coronavírus”.

D. Jorge Ortiga realça que a Páscoa, “sem desconsiderar a vertente comunitária, teve sempre um cunho familiar inconfundível”, pedindo aos párocos que preparem subsídios pastorais que “ajudem as famílias a viverem a Páscoa nesta situação excecional”.

No novo documento, publicado no contexto da pandemia do coronavírus covid-19, o arcebispo primaz indica também que na Vigília Pascal e no Domingo de Páscoa “não se deve apresentar a cruz com o Ressuscitado”, para o beijo ou saudação com o toque da mão.

Na semana que antecede a Páscoa, o responsável pede também que nas celebrações do Tríduo Pascal “se procure evitar todo o tipo de contacto que possa servir de transmissão” e exemplifica que “a veneração da cruz na celebração da Paixão do Senhor (Sexta-feira Santa), “far-se-á com a inclinação profunda, ou com a genuflexão”.

A Igreja Católica está a viver o tempo litúrgico da Quarema, de preparação para a Páscoa, e D. Jorge Ortiga recorda “o dever da confissão”, que deve ser individual, “a não ser que circunstâncias excecionais justifiquem o recurso às chamadas ‘absolvições coletivas’”.

No documento, o arcebispo indica também que se “apliquem” as indicações da Conferência Episcopal Portuguesa para prevenir o contágio do coronavírus Covid-19, “por exemplo, a comunhão na mão, a comunhão por intinção dos sacerdotes concelebrantes, a omissão do gesto da paz e o não uso da água nas pias de água benta”.

Conhecedores da situação atual e interessados na contenção do coronavírus, cabe-nos lutar arduamente contra todas as fontes possíveis de contágio”.

O arcebispo de Braga sublinha que “o dom da vida tem um valor inviolável” e “o dever de a proteger”, por isso, “é pecado grave atentar contra ela” e, “em momentos de epidemia, compete ao cristão sacrificar tudo para a defender”.

“A festa da Páscoa, vitória da vida sobre a morte, é oportunidade para interiorizarmos os compromissos que daqui advêm”, assinala.

D. Jorge Ortiga pede aos responsáveis das comunidades – padres, religiosos e leigos – que observem, “seriamente e com solicitude ética”, as indicações assinaladas na sua nota e as divulgadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

O arcebispo de Braga apela, na nova nota pastoral, a uma “atenção redobrada” às crianças e aos idosos, “grupos de maior risco”, e que se acompanhe “de perto as recomendações e decisões do Estado relativas às escolas e colégios” e onde encerrarem “estabelecimentos de ensino, é obrigatória a suspensão da catequese e atividades dos grupos de jovens”.

Tal como Jesus, que luta contra as doenças de forma original, ao cuidarmos da saúde pública, passamos a fazer o bem”.

A pandemia Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4 mil mortes; cerca de 117 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países; Portugal regista 78 casos confirmados de infeção e 637 suspeitos, segundo a Direção-Geral da Saúde.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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