A musicalidade das Jornadas Mundiais da Juventude

Luis Filipe Santos, Agência ECCLESIA

Fantástico… A partitura da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é uma obra musical digna de ser interpretada pela melhor orquestra. O maestro Francisco deu o tom com a primeira inscrição, agora compete aos músicos tocarem todos na pluralidade sinfónica e vocal.

A inspiração musical para esta obra juvenil e escrita com várias mãos ficará nos anais da história. A sonoridade altiva do violino não colide com as metamorfoses da harpa. O astuto saxofone acompanha a melancólica guitarra. A rectilínea flauta eleva o timbre do piano. Todas estas características musicais estão no caminho da JMJ

Certo dia, o compositor alemão, Ludwig Beethoven (1770-1827), disse que «quem entender a minha música nunca mais será infeliz». Quem perceber a intensidade e ritmo da JMJ nunca mais ficará igual. Aquele guia melódico é um autêntico manjar musical que merece ser deglutido. Não é preciso ser melómano para entender os acordes da sinfonia do compositor Francisco. Os jovens perceberam e vão executar um verdadeiro hino da alegria.

A subida gradual das notas mostra o altruísmo dos tenores e a assertividade dos barítonos. O dinamismo musical da Jornada Mundial da Juventude enche a sala comunitária e faz apelos universais. É um processo maiêutico esta obra musical.

O programa do concerto envolve toda a comunidade. Nada de talheres de prata, nem fatos de gala. A refeição musical é lagosta para os pobres e sandes barradas com manteiga para os poderosos. Comparar palácios com vidas desnudadas é tarefa hercúlea, mas ao abrigo desta caridade musical nada é impossível. Acredito que a JMJ vai ajudar a obliterar a sinfonia da realidade contemporânea.

Com a exortação musical, o pano do palco está aberto. O maestro já deu as últimas indicações aos músicos. As suas mãos laboriosas estão concentradas no fermento da partitura. Este concerto é natalício apesar de ser em pleno mês de agosto. Os instrumentos musicais têm o brilho pictórico do evangelho.

A sinfonia musical não direciona as luzes e o ouvido apenas para o maestro. Aquele todo é a unidade do classicismo que «nos obriga» a melodiar lentamente. Estímulo forte, para uns. Dor para outros… Vou esquecer o lado doloroso da «Via Lucis» traçada pelo Papa Francisco. Ele não lava as mãos no advento das luzes, mas está com a escuridão dos sons pascais. Para ele não existem mordomos do evangelho, chama todos para a mudança.

A escritora portuguesa, Agustina Bessa-Luis sublinha «Se todos os artistas da terra parassem durante umas horas, deixassem de produzir uma ideia, um quadro, uma nota de música, fazia-se um deserto extraordinário». Por sua vez, o filósofo alemão, Friedrich Nietzsche (1844-1900), refere «Sem música a vida seria um erro». O Papa Francisco deixou-nos uma pauta onde cada nota musical ocupa um espaço na comunidade.

Vamos solfejar…. Convido o leitor para escutar a melodia para o natal de cada um. Encerrei o intróito. Maestro a batuta é sua e comece o concerto da Jornada Mundial da Juventude

LFS

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