Viseu empenhada na unidade dos cristãos

Rezar pela unidade dos cristãos, não só dentro das fronteiras diocesanas, mas evocando a unidade de todos, foi a proposta acolhida pelos habitantes de Viseu que no passado dia 19 se deslocaram à Igreja do Coração de Jesus, para, junto com D. Ilídio Leandro, rezar pela comunhão. “A unidade deve ser procurada por todos”, regista o Bispo da diocese “mesmo entre cristãos”. Em Viseu vão-se registando alguns grupos de cristãos protestantes da Igreja Baptista, também da Igreja adventista do sétimo dia e um grupo evangélicos, “mas que têm uma dimensão pequena”, aponta D. Ilídio Leandro à Agência ECCLESIA. “Quisemos manifestar que a comunhão tem de ser em todos os sentidos. Há sempre lugar para rezar pela unidade mesmo que visivelmente não existam outros grupos”, afirma. E acrescenta que “há tanta intolerância entre as pessoas simplesmente porque pensam de maneira diferente”, o que leva o Bispo de Viseu a afirmar que a unidade e a comunhão “são projectos inacabados e em constante construção”. Intolerância que se manifesta na problemática da vida, mais precisamente em torno da discussão do referendo ao aborto, “onde damos conta de tanta intolerância”. Sem uma ligação específica à vigília de oração, a questão do aborto acabou por se encontrar subjacente na reflexão que D. Ilídio Leandro fez com as pessoas presentes. O tema da semana da unidade procurava romper o silêncio. “Este romper o silêncio destina-se a romper contra tudo o que atinge a vida, que é violência”. Desta forma o bispo de Viseu lançou o apelo para que “se rompa o silêncio, a abstenção, a omissão no compromisso que diz respeito também a todos os cristãos”. O Bispo da diocese dá conta da sua participação em algumas sessões de esclarecimento e manifesta um conflito entre o Sim e o Não, mesmo entre cristãos. “Entre os que partilham o mesmo credo, quando entramos nestas questões deparamo-nos com alguma guerrilha partidária que acaba por estar inerente à forma como as pessoas se posicionam, acabando por tomar posições políticas”. O apelo lançado foi em torno da unidade e comunhão, mesmo nas posições diferentes que se encontram. Um apelo “sempre actual” mas que se destina à tolerância no debate, “no acolhimento da posição do outro que pensa de maneira diferente”. Os valores não podem ser postos por em causa, “e o valor da vida deve ser aceite unanimemente”, sublinha o Bispo de Viseu. D. Ilídio Leandro regista um empenho muito saudável dos grupos “pelo Não”. Há uma mobilização que em 1998 “não via e não imaginava possível”. Regista também que a radicalização e um uso de palavras agressivas não ajudam a uma campanha serena. “Salvo raras excepções, isto não tem acontecido”, salienta mas sublinha que tais conteúdos são negativos porque criam instintos de defesa e de “resposta agressiva que não contribuem em nada para o clima de serenidade e de diálogo que se pretende”. Acompanhando com alegria o empenho e mobilização dos que defendem a vida, D. Ilídio Leandro deixa um apelo “para que seja mantido o clima de serenidade, de reflexão e aprofundamento dos argumentos para que a vida venha ao de cima com os seus valores e dignidade”.

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