Viana do Castelo: Bispo disse que «fragilidade» e «amor» à vida são lições da pandemia

D. Anacleto Oliveira explicou que suspensão das celebrações comunitárias aconteceu «por respeito» pela vida «que Deus dá»

Foto: Diocese de Viana do Castelo

Viana do Castelo, 19 jun 2020 (Ecclesia) – O bispo de Viana do Castelo disse hoje aos presbíteros da diocese que a “consciência da fragilidade humana” e “o amor à vida” são duas lições da pandemia de Covid-19, que também se vivem na vida sacerdotal.

“A minha vida é frágil, por outro lado amo-a profundamente e é saber conjugar estas duas componentes que está o segredo da vida”, afirmou D. Anacleto Oliveira, na igreja do Sagrado Coração de Jesus, no monte de Santa Luzia, elevada hoje a santuário diocesano.

Foto: Diocese de Viana do Castelo

Na Eucaristia transmitida online, o bispo de Viana do Castelo explicou duas lições da pandemia do coronavírus Covid-19, entre muitas outras”, nomeadamente, a “consciência da fragilidade” humana, numa sociedade onde “aparentemente o ser humano ia dominando tudo, deixando de haver áreas onde não pudesse comandar, nem espaços inatingíveis”.

“Todo o ser humano é extremamente frágil, esquecer isso é esquecer uma dimensão fundamental da vida”, observou.

Segundo D. Anacleto Oliveira, a outra lição, “ligada profundamente” à primeira, “é o amor à vida” e descobriu-se que a vida “é de facto o maior dom, numa perspetiva cristã”, dada por Deus e é “tão importante que deixa que a gente o sacrifique com a vida”.

“O facto de termos acabado com as celebrações escandalizou muita gente, não perceberam que foi por respeito por aquilo que Deus nos dá e a vida está acima de tudo, a nossa e a dos outros, e tem sido admirável a luta pela vida, no fundo de todos nós. Aquilo que mais prezamos é a vida”, desenvolveu, lembrando a suspensão comunitária das Eucaristias decretada a 13 de março pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) por casa da pandemia.

No templo no monte de Santa Luzia, o bispo de Viana do Castelo, com presbíteros de toda a diocese, celebrou a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, o Dia Mundial de Oração pela Santificação do clero, e a partir do Evangelho assinalou que “Jesus assume fragilidade humana na sua própria missão, transmitir Deus aos outros”.

“O segredo entre nós, de um presbitério saudável, que seja verdadeiramente imagem deste Deus e deste Cristo tem de partir da dupla componente: Ter consciência da minha fragilidade, que dependo do outro, abrir-me ao dom, e fazer da minha fragilidade um dom com o outro”, assinalou.

D. Anacleto Oliveira, que celebra 50 anos de ordenação sacerdotal, observou que dos momentos “mais belos” que vivem como sacerdotes são quando “alguém está doente, sente a fragilidade com mais intensidade” e unem-se, os colegas disponibilizam-se “para que nada falta e esse sacerdote sinta a paz, a tranquilidade”.

Neste âmbito, disse também que outro momento é quando o sacerdote recebe um conselho, o que chamam “a correção fraterna, quem quer conduzir o outro ao bom caminho”, porque “desprezar não é humano” e estão “todos estamos sujeitos a desvios”.

“Amo a vida profundamente, a vida que não tenho, e que recebo do Deus a quem entrego pela fé e depois comungo com os irmãos que suprem a minha deficiência e dão razão de ser à minha vida e então seremos sacerdotes à imagem do coração de Jesus”, acrescentou na sua homilia.

Nesta Eucaristia, o bispo diocesano abençoou os santos óleos – Enfermos, Catecúmenos, Crisma -, gesto que não foi possível realizar na Quinta-Feira Santa, por causa da pandemia, e os padres renovaram as promessas, sendo celebradas bodas de prata, ouro e diamante sacerdotais.

O templo-monumento no monte de Santa Luzia tem como padroeiro o Sagrado Coração de Jesus, consagrado durante a pandemia pneumónica, em 1918, e hoje foi elevado a santuário diocesano no final da Missa Crismal e a CEP aprovou a sua candidatura a basílica menor, na Assembleia Plenária realizada esta semana.

CB/OC

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