Vaticano: Papa assinala solenidade da Imaculada Conceição

Francisco diz que a Virgem Maria é «ícone» da misericórdia de Deus

Cidade do Vaticano, 08 dez 2015 (Ecclesia) – O Papa evocou hoje no Vaticano a celebração da solenidade litúrgica da Imaculada Conceição e apresentou a Virgem Maria como “ícone” da misericórdia de Deus, no início do Jubileu extraordinário.

“A festa da Imaculada faz-nos contemplar Nossa Senhora que, por privilégio singular, foi preservada do pecado original desde a sua conceção”, explicou, por ocasião da recitação do ângelus, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.

Pouco depois de ter aberto a Porta Santa da Basílica do Vaticano, que vai ser atravessada por centenas de milhares de pessoas durante o Jubileu da Misericórdia (dezembro 2015-novembro 2016), Francisco observou que Maria foi a primeira a ser “salva pela infinita misericórdia do Pai, como primícia da salvação que Deus quer oferecer a cada homem e mulher”.

“Por isso, a Imaculada Conceição tornou-se ícone sublime da misericórdia divina que venceu sobre o pecado e nós hoje, no início do Jubileu da Misericórdia, queremos olhar para este ícone com amor confiante”, acrescentou.

O Papa convidou os católicos a ver na “imaculada conceção” de Maria a “aurora do mundo novo”, da “nova criação”.

Antes, na homilia da Missa a que presidiu na Praça de São Pedro, Francisco tinha afirmando que a Imaculada Conceição “exprime a grandeza do amor divino” que “evita, antecipa e salva”.

“Há sempre a tentação da desobediência, que se exprime no desejo de projetar a nossa vida independentemente da vontade de Deus. Esta é a inimizade que ameaça continuamente a vida dos homens, tentando contrapô-los ao desígnio de Deus. E todavia a própria história do pecado só é compreensível à luz do amor que perdoa”, observou.

Francisco recordou depois que esta tarde vai cumprir a tradicional homenagem à Virgem Maria junto do monumento dedicado à Imaculada Conceição na Praça de Espanha, Roma, visitando ainda a Basílica de Santa Maria Maior, para um momento de oração.

“Esta peregrinação é um ato de devoção filial a Maria, Mãe de Misericórdia. A ela confiarei a Igreja e toda a humanidade, de modo particular a cidade de Roma”, precisou.

Francisco não quis despedir-se sem lembrar que também Bento XVI atravessou a Porta Santa na Basílica de São Pedro e pediu um aplauso da multidão para o Papa emérito.

O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado pelo Papa Pio IX, a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, a qual declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original.

A ligação entre Portugal e a Imaculada Conceição ganhou destaque em 1385, quando as tropas comandadas por São Nuno Alvares Pereira derrotaram o exército castelhano e os seus aliados, na batalha de Aljubarrota, e consolidaram a afirmação da identidade lusitana.

Em honra a esta vitória, o Santo Condestável fundou a igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa, e fez consagrar aquele templo a Nossa Senhora da Conceição.

Um segundo passo deu-se durante o movimento de restauração da independência que acabou com o domínio castelhano em Portugal e que culminou com a coroação de D. João IV como rei de Portugal, a 15 de dezembro de 1640, no Terreiro do Paço, em Lisboa.

O mesmo D. João IV coroou a Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal durante as cortes de 1646.

OC

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