Vaticano: Papa apela a Quaresma marcada pela oração e a solidariedade

Francisco evoca consequências das guerras e catástrofes naturais

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 22 fev 2023 (Ecclesia) – O Papa disse hoje no Vaticano que a Quaresma 2023 deve ser vivida com particular atenção às consequências das guerras e catástrofes naturais, em todo o mundo, apelando à oração e solidariedade dos católicos.

“Hoje começa a Quaresma, tempo privilegiado de conversão e de penitência para o nosso espírito. Gostaria de pedir-vos a todos que intensifiqueis, durante este período, a oração, a meditação da Palavra de Deus e o serviço aos irmãos”, referiu, no final da audiência pública semanal que decorreu no Auditório Paulo VI.

No encontro, Francisco saudou os peregrinos de língua portuguesa, em particular grupos de alunos e professores vindos do Barreiro, Bragança, Carcavelos, Coimbra e Pinhal Novo.

“Hoje começa o tempo da Quaresma; enquanto fixamos o olhar em Cristo crucificado, convido-vos a rezar por todos aqueles que sofrem com as catástrofes naturais ou com as guerras. Ajudemo-los também com a nossa esmola. E assim seremos causa de consolação e alegria”, declarou.

A Quaresma é um tempo litúrgico, de 40 dias (a contagem exclui os domingos), que tem início esta quarta-feira, com a celebração de Cinzas, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência; serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (este ano a 9 de abril).

O Papa destacou a importância da “caridade, da oração e do jejum”, neste caminho quaresmal, desafiando todos a ser “atores comprometidos na reconciliação”, em nome da paz.

“Desejo que este seja, para todos vós, um tempo de verdadeira conversão e de renovação interior, aprofundando o sentido das leituras das Missas, meditando na Via-Sacra, renovando a relação com a Palavra de Deus, com a oração individual e comunitária”, apontou.

Francisco dedicou a sua mensagem para a Quaresma 2023 ao processo sinodal em curso na Igreja Católica, tema a que aludiu esta manhã, ao falar do “primeiro Concílio”, em Jerusalém, pouco depois da morte de Jesus.

Os discípulos, sublinhou o Papa, souberam evitar a ideia de um “equilíbrio diplomático”, para agradar a uns e outros, apontando ao “princípio do anúncio”, ou seja, “tudo na Igreja deve conformar-se com as exigências do anúncio do Evangelho”.

“Não com as opiniões dos conservadores ou dos progressistas, mas com o facto de que Jesus alcance a vida das pessoas. Por conseguinte, cada escolha, uso, estrutura e tradição devem ser avaliados na medida em que favorecerem o anúncio de Cristo”, acrescentou.

Francisco criticou as divisões “ideológicas” na Igreja, que fazem do Evangelho “um partido político, uma ideologia, um clube restrito”.

“Estai atentos, porque o Evangelho não é uma ideia, uma ideologia, é um anúncio que toca o coração e o faz mudar”, sustentou.

Esta tarde, o Papa preside à Missa com a imposição das cinzas na Basílica de Santa Sabina, em Roma; a celebração é precedida por uma procissão penitencial, desde a igreja de Santo Anselmo.

OC

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