Turquia: Vaticano exigiu respeito pelos direitos dos migrantes e refugiados

Durante Fórum Global sobre Migração e Desenvolvimento, em Istambul

Istambul, Turquia, 17 out 2015 (Ecclesia) – O secretário adjunto do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes frisou na Turquia a necessidade de salvaguardar a dignidade e os direitos dos refugiados, e das estratégias de intervenção contemplarem também os países de origem.

Numa declaração feita durante o oitavo Fórum Global sobre Migração e Desenvolvimento, que decorreu em Istambul, o padre Gabriele Bentoglio frisou que, independentemente da condição em que viajam, estas pessoas devem “ver os seus direitos humanos respeitados” pois não se fizeram à estrada por puro “lazer”.

Muitos destes refugiados, prosseguiu o sacerdote, “partiram na esperança de assegurar para as suas famílias uma vida melhor, longe da pobreza, da fome e da exploração” a que estavam votadas.

 “É um salto de fé”, que muitas vezes tem “um enorme custo pessoal”, frisou o representante da Santa Sé, recordando os perigos por que têm passado os migrantes, por terra e por mar, rumo à Europa.

O padre Gabriele Bentoglio defendeu ainda a necessidade de intervir nos países de origem destes migrantes e refugiados, através de uma “globalização da solidariedade”, como já propôs o Papa Francisco.

“A cooperação internacional e a aposta numa distribuição equitativa dos bens será essencial para erradicar as injustiças que levam as pessoas a abandonarem as suas pátrias e a sua cultura”, acrescentou.

Reconhecendo que o fluxo elevado de migrantes coloca sérios desafios aos países, o membro do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes sublinhou no entanto que “a dignidade da pessoa tem sempre primazia sobre quaisquer tipo de interesses, políticos e económicos”.

“Os migrantes não são pessoas a temer. São construtores de pontes entre culturas, trazem consigo a força do trabalho, da energia e das novas ideias”, referiu aquele responsável, para quem à luz da estratégia económica mundial até 2030 é vital “assegurar” que destes ciclos migratórios saiam fatores “mutuamente enriquecedores”, tanto para quem chega como para quem acolhe.

JCP

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