Taizé: «Viver em Comunidade», o jogo de tabuleiro criado pela comunidade ecuménica

Taizé, França, 07 set 2024 (Ecclesia) – A Comunidade de Taizé (França) criou um jogo de tabuleiro, o ‘Koinobia – ‘Viver em Comunidade’, onde os jogadores vivem numa aldeia nas margens do rio Nilo “para seguirem na sua procura por Deus”, e, no final, “ganham ou perdem todos juntos”.

“Este é um jogo cooperativo. Os jogadores ou ganham todos juntos ou perdem todos juntos”, explica a comunidade de Taizé, sobre o objetivo de ‘Koinobia – Viver em Comunidade’.

No jogo de tabuleiro criado pela comunidade ecuménica “a atenção às necessidades de cada um é importante”, “se, no final da quarta e última estação do ano, os jogadores não tiverem terminado o mosaico da comunhão, o jogo termina e os jogadores perdem”, explicam as regras.

Para jogadores maiores de oito anos, ‘Viver em Comunidade’ vai reunir à volta do tabuleiro entre três a seis pessoas, durante 20 a 40 minutos, o jogo tem a duração de quatro rondas (no máximo), cada ronda representa uma estação, e no final de cada estação “há um concílio, um momento para todos se sentarem juntos, se ouvirem, tomarem decisões e se perdoarem”.

‘Koinobia’ é jogado com cubos de cores diferentes: ligados à comida (amarelos), à água (azul), ao trabalho, ligados à sobrevivência e à criatividade (vermelho), ligados à contemplação, da natureza e ao silêncio, (verde), cubos de ‘Vida Interior’ (branco), e os cubos castanhos indicam “os movimentos do jogador e as suas feridas”.

O ‘ícone da amizade’, imagem associada à comunidade ecuménica de Taizé, que inspira o mosaico da comunhão deste jogo, tem origem na imagem “descoberta nas ruínas do mosteiro Baouit, nas margens do Nilo, a cerca de 250 km de Tabenessi”, do século VI, “é o ícone copta mais antigo que se conhece”: “À esquerda, um homem chamado Menas, que terá sido abba de Baouit, na sua mão segura um pergaminho, que poderá ser o regulamento do seu mosteiro, à direita, com o braço à volta do seu ombro, está a figura de Jesus Cristo”.

A Comunidade ecuménica de Taizé explica que “Koinobion (plural de koinobia) é uma palavra grega antiga que significa «vida em comum»”, um nome utilizado no século IV, no Alto Egipto, por grupos de homens e mulheres para descrever o seu projeto de “partilhar tudo o que possuíam, todas as suas atividades, todas as suas buscas, toda a sua vida”.

“Os jogadores assumem o papel de um grupo de pessoas que começaram a viver numa aldeia nas margens do rio Nilo, chamada Tabennesi, para seguirem juntos na sua procura por Deus. Mas com o passar das estações, as suas necessidades individuais mudam, contradizem-se e trazem consigo algumas surpresas”, acrescenta, salientando que foi numa “mistura de feridas e de grande solidariedade” que nasceu “uma das primeiras tentativas” de vida monástica comunitária cristã.

O ‘Koinobia – Viver em Comunidade’ jogo foi criado pelos irmãos de Taizé, na aldeia situada a cerca de 360 quilómetros de Paris, a comunidade cristã, que foi fundada 20 de agosto de 1940, em plena II Guerra Mundial, pelo Irmão Roger Schutz, um jovem pastor protestante suíço, tem, atualmente, cerca de 80 irmãos, de 25 nacionalidades, incluindo de Portugal, de diferentes Igrejas Cristãs.

“Estamos gratos a todos os que, em Taizé, na nossa fraternidade de Alagoinhas, no Brasil, e noutros locais, nos ajudaram a experimentar versões de Koinobia”, destacam os irmãos.

Os monges ecuménicos levam “um estilo de vida simples e praticando o celibato, vivem do seu próprio trabalho”, a comunidade no sul da França, na região da Borgonha, todos os anos recebe “milhares de jovens” e jovens adultos “para rezar, para procurar um sentido para as suas vidas e para se prepararem para serem agentes de confiança e de reconciliação nos locais onde vivem”.

CB/OC

 

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