Saúde: Ministro destaca papel das instituições da Igreja

Paulo Macedo sublinha em entrevista à Agência ECCLESIA missão de «serviço» dos profissionais do setor e defende política do Governo para garantir «sustentabilidade» do SNS

Lisboa, 06 fev 2015 (Ecclesia) – O ministro português da Saúde, Paulo Macedo, elogiou o papel desempenhado por várias instituições católicas neste setor e defendeu que a política seguida pelo Governo, durante a crise, visou a “sustentabilidade” do Serviço Nacional.

“O trabalho de diversas organizações ligadas à Igreja na parte da saúde mental é fundamental: é fundamental em termos da quantidade de doentes que são tratados nestas instituições; é fundamental a qualidade e a evolução que estas instituições souberam ter”, referiu, em entrevista à Agência ECCLESIA.

Paulo Macedo sublinhou ainda “exemplos muito positivos” na área dos cuidados continuados, com diversas instituições ligadas às Misericórdias, que têm “um papel absolutamente fundamental em termos da sua dispersão pelo país, da possibilidade de oferta de apoio de qualidade”.

As declarações são publicadas na mais recente edição do Semanário ECCLESIA, cujo dossier temático é dedicado ao Dia Mundial do Doente, que a Igreja Católica celebra há 23 anos, a 11 de fevereiro, em 2015 com o tema ‘Sapientia cordis’ [sabedoria do coração], escolhido pelo Papa Francisco.

“A mensagem do Papa Francisco é de facto bastante tocante. A questão que refere é do tempo e a do estar ao serviço. Quem está nos cuidados de saúde está sempre, de uma maneira mais direta e mais clara, ao serviço dos outros”, sustentou Paulo Macedo.

Para o Ministro da Saúde, é necessário promover uma “humanização” de forma “mais visível, próxima e intensa”.

“A saúde é, talvez a par do emprego, a maior preocupação das pessoas”, assinala o responsável, para quem qualquer governante está sujeito a contestação e tem a obrigação de ouvir as pessoas.

Paulo Macedo considera que, por parte do atual executivo, houve um esforço no sentido de “apetrechar de recursos” o Serviço Nacional de Saúde (SNS), sublinhando o investimento, por exemplo, na área dos cuidados paliativos e a intenção de reforçar a oferta de especialistas de Medicina Geral e Familiar no país.

“Não podemos é perder de vista a sustentabilidade do SNS, porque ele é essencial para as pessoas. É instrumento de coesão, essencial para os mais vulneráveis que durante estes anos de maior crise tiveram um Serviço Nacional de Saúde a responder-lhes. E tiveram os medicamentos mais baratos”, explica.

O responsável valoriza o papel desempenhado pelos profissionais de saúde, “designadamente em tempos de crise, mais difíceis”, bem como pelos “cuidadores informais”.

Confrontado com as críticas recebidas ao longo dos últimos tempos, o Ministro da Saúde opta por desvalorizar “oscilações de opinião pública” a seu respeito.

“O Serviço Nacional de Saúde vai ficar mais sólido, não há dúvida, os hospitais deixaram de estar em falência técnica, temos mais médicos do que em 2010, temos melhores indicadores de saúde, há melhor investigação e maior visibilidade para essa investigação, fruto de um trabalho feito durante muitos anos”, conclui.

A celebração do Dia Mundial do Doente, com a entrevista a Paulo Macedo e reportagem junto de outros católicos empenhados no setor, vai estar em destaque na próxima emissão do programa «70×7», este domingo (RTP 2, 11h30)

LS/OC

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