República Democrática do Congo: Bispo apela à intervenção da comunidade internacional

«Sentimo-nos abandonados», disse D. Melchisédech Sikuli Paluku à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre

Lisboa, 03 fev 2021 (Ecclesia) – O bispo de Beni, região no leste da República Democrática do Congo, apela à comunidade internacional para ouvir “os gritos de sofrimento” do povo deste país africano e revela que espera ajuda “para os pobres”.

“Sentimo-nos abandonados”, afirmou D. Melchisédech Sikuli Paluku, alertando que o povo atravessa “há anos uma Via Dolorosa” e espera ajuda “para os pobres”, numa informação enviada hoje à Agência ECCLESIA pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

O bispo de Beni explicou que existem “pilhagens, mortes, pessoas que abandonam as suas aldeias e estradas principais intransitáveis”, no seguimento de ataques que culminaram com o massacre de pelo menos quatro dezenas de pessoas a 31 de dezembro de 2020, nesta região no leste da República Democrática do Congo.

“Só no ano passado cerca de mil pessoas foram mortas e isto vem acontecendo há dez anos. A situação piorou drasticamente desde 2014. Um massacre segue o outro”, acrescentou, no vídeo enviado à fundação pontifícia.

Segundo D. Melchisédech Sikuli Paluku, “a comunicação social no país não informa nada ou quase nada” sobre os ataques e “a única coisa com que os políticos se preocupam é em obter uma parcela do poder”.

“As pessoas aqui simplesmente não contam. Assim eles têm a sensação de que o governo nem existe. Sentimos que as autoridades estaduais nos abandonaram”, realça, esperando que, “no futuro, o Estado se esforce mais para acabar com os massacres”.

A fundação pontifícia explica que a região de Beni, situada na província de Kivu do Norte, tem estado no epicentro da violência na República Democrática do Congo por grupos armados apesar da intervenção do exército e de forças das Nações Unidas na zona.

O secretariado português da AIS recorda que há dois meses, o missionário português José Arieira de Carvalho, sacerdote Comboniano, denunciou a “situação desastrosa” em que se encontra esta país africano no contexto da atuação de “grupos rebeldes”, especialmente no nordeste.

CB/OC

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