Portugal: União das Misericórdias «preocupada com a sustentabilidade das instituições»

Manuel Lemos foi reconduzido como presidente do organismo para os próximos quatro anos

Fátima, Santarém, 07 dez 2015 (Ecclesia) – Manuel Lemos foi reconduzido como presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) para os próximos quatros anos, e traçou como prioridade garantir a sustentabilidade destas instituições.

“Nos últimos anos as Misericórdias, e nomeadamente por esta crise, cresceram muito e responderam a muitas pessoas e por isso no novo mandato estamos muito preocupados com a sustentabilidade destas instituições”, apontou aquele responsável, em entrevista à Agência ECCLESIA.

Para levar a cabo este objetivo, Manuel Lemos destaca a necessidade de apostar “na inovação” e “na capacitação da UMP”.

Também no desenvolvimento de “parcerias entre as Misericórdias e outras instituições da Economia Social e do Setor Solidário e no aproveitamento das oportunidades que o novo quadro comunitário” de apoio possa trazer.

Sobre o novo Governo e a sua relação com o trabalho das Misericórdias, Manuel Lemos salientou que as instituições particulares de solidariedade social “interagem com os Governos” mas os protocolos, acordos e contratos são estabelecidos “com o Estado”.

“Depois, no Governo está muita gente nesta área que nos conhece, conhece o nosso trabalho e sabe que aquilo que fazemos se traduz na maior satisfação dos que nos procuram, a menores custos possíveis para esse mesmo Estado”, acrescentou.

Está neste momento em marcha uma negociação entre a UMP e o Governo, no sentido de devolver a gestão de vários hospitais do país às Misericórdias.

No entanto, algumas vozes afetas ao novo Executivo têm-se manifestado contra este processo.

Manuel Lemos “entende essas declarações como declarações de princípio político”, no entanto frisa que “pressupostos políticos e ideológicos à parte, que esses são de todos e devem ser respeitados, o trabalho das Misericórdias é transversal à sociedade portuguesa”.

“Antes de ser um bom negócio para o Estado é um bom negócio para as comunidades, porque o que está aqui não é a ideia do negócio, é a ideia do serviço, e encaramos isso com alegria e determinação”, complementou.

Presente na cerimónia de tomada de posse de Manuel Lemos à frente da UMP, o novo ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social frisou a “relevância” do serviço que as Misericórdias têm prestado à sociedade.

José Vieira da Silva garantiu ainda o seu “empenho” em “trabalhar” para que “as relações entre o Estado e as instituições sejam marcadas pela estabilidade” e pela “coerência”.

“Não há nada pior do que instabilidade, do que mudanças de regras para perturbar um bom trabalho, feito em conjunto pelo Estado e pelo setor social”, concluiu.

Esta terça-feira começa o Ano Santo da Misericórdia e neste âmbito, uma delegação da UMP liderada pelo presidente Manuel Lemos vai ser recebida em Roma pelo Papa Francisco nos dias 3 e 4 de setembro de 2016.

HM/JCP

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