Portugal: Presidente da República lembra D. Manuel Vieira Pinto

Marcelo Rebelo de Sousa evoca «defensor das aspirações do povo irmão moçambicano»

Lisboa, 01 mai 2020 (Ecclesia) – O presidente da República apresentou as suas condolências à Igreja Católica e à família de D. Manuel Viera Pinto, arcebispo emérito de Nampula, que faleceu esta quinta-feira, no Porto.

“Conhecedor a defensor das aspirações do povo irmão moçambicano exerceu junto deste o seu múnus sacerdotal durante longos anos após a independência. O presidente da República lembra com saudade os contactos pessoais que mantiveram, quer antes, quer depois dessa independência”, refere uma mensagem divulgada pela Presidência da República Portuguesa.

Marcelo Rebelo de Sousa destaca que “o distinto prelado exerceu desde 1967 as funções de Bispo e, desde 1984, de Arcebispo de Nampula, até à sua jubilação em 2000, tendo acompanhado a evolução de Moçambique”.

D. Manuel Vieira Pinto faleceu na Casa Sacerdotal da Diocese do Porto, aos 96 anos de idade.

O funeral do arcebispo emérito de Nampula foi presidido por D. Manuel Linda, às 12h00, na Igreja de Cedofeita; o corpo segue para Aboim, Amarante, onde é sepultado em jazigo de família.

Natural de Amarante, D. Manuel Vieira Pinto foi nomeado bispo de Nampula em 1967 e na reorganização eclesiástica de Moçambique, com a criação de novas dioceses e com a elevação das dioceses da Beira e de Nampula a arquidioceses, foi nomeado arcebispo de Nampula, a 4 de junho de 1984.

O prelado português resignou a 18 de janeiro de 1998, permanecendo na arquidiocese moçambicana até à sua jubilação no ano 2000, regressando então a Portugal (16 de novembro).

Em 1992, foi homenageado pelo então Presidente da República portuguesa, Mário Soares, com a Ordem da Liberdade.

Em declarações à Renascença, D. Manuel Linda, recorda D. Manuel Vieira Pinto como uma “persona non grata do regime” fascista português.

“Já no meu tempo de estudante eu ouvia falar com frequência de D. Manuel Vieira Pinto, que, como bispo de Nampula, foi o homem defensor dos direitos dos ignígenas de Moçambique e condenador, desde o primeiro momento, do colonialismo e da Guerra Colonial. O que fez dele uma persona non grata para o regime do Estado Novo. Mas será recordado como um dos grandes do Estado moçambicano”, refere o bispo do Porto.

OC

Portugal/África: Faleceu D. Manuel Vieira Pinto, arcebispo emérito de Nampula

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