Jornadas de Teologia 2022 abordam os desafios da Fraternidade
Porto, 08 fev 2022 (Ecclesia) – O professor Nuno Ornelas Martins deixou hoje um apelo para que a “Economia não seja só para economistas” mas que possa haver “contributos de Humanismo, Teologia e Filosofia”.
“Não pensem que a Economia é só para economistas, venham à Economia trazer Humanismo, Teologia e Filosofia, sem medo ou sem receio; existe a necessidade de retomar os temas de desenvolvimento humano”, referiu o docente, numa conferência nas Jornadas de Teologia em que abordou o tema Desenvolvimento humano como ecologia integral.
Na mesa(redonda, a acontecer online, o docente abordou os “problemas sociais” e o desenvolvimento humano como parâmetros para os desafios da fraternidade humana, onde o bem estar é sempre “medido em termos subjetivos”.
Nuno Ornelas Martins apontou que a abordagem multidimensional do que é o bem estar “não se colocava na dimensão da economia”.
“A economia procurava solução para os problemas sociais, era o crescimento económico, mais rendimentos para distribuição e isso não aconteceu… a abordagem do desenvolvimento humano continua a merecer atenção porque pode contribuir mas precisa de voltar às bases”, assinalou.
Já a professora Fernanda Bernardo, filósofa, trouxe o tema “desafios da fraternidade” apontando o “sentido, reconhecimento, exigências e dificuldades da fraternidade nos dias de hoje”.
“Precisamos de fraternidade ética para outra época, outra civilização, precisamos de uma civilização ditada pela originalidade da paz e da justiça, e não pela falácia dos bens materiais”, assumiu.
A docente da Universidade de Coimbra afirmou que a fraternidade “pode não estar ligada à fraternidade biológica, natural, sexualmente determinada” mas numa certa rutura de tradição onde a fraternidade pode ter “conotação espiritual e universal” confundindo-se com a própria humanidade.
“O Reconhecimento da Fraternidade. Fundamentos, Hermenêuticas e Desafios da Fratelli Tutti”, é o tema das Jornadas de Teologia 2022 que a Faculdade de Teologia da UCP, em colaboração com as Dioceses do Porto, Vila Real e Coimbra e a Irmandade dos Clérigos, está a organizar, entre os dias 7 e 10 de fevereiro de 2022.
SN
