Papa celebrou Missa em Belém

Bento XVI defende Estado palestino e pede fim do embargo em Gaza, entre votos de paz e segurança Bento XVI visitou esta Quarta-feira a cidade de Belém, na Cisjordânia, onde voltou a defender a existência de um Estado palestino. O Papa foi acolhido no palácio presidencial da autoridade palestina. Junto de Mahmoud Abbas, que denunciou a “ocupação israelita”, Bento XVI manifestou o seu apoio ao estabelecimento de uma “pátria palestina soberana” e assegurou aos habitantes de Gaza a sua solidariedade. “A Santa Sé apoia o direito do seu povo a uma pátria palestina soberana, na terra dos vossos antepassados, segura e em paz com os seus vizinhos, dentro de fronteiras reconhecidas internacionalmente”, disse a Abbas. O Papa pediu ainda aos palestinos que resistam à tentação do terrorismo. Em seguida, deslocou-se para a Praça da Manjedoura, onde presidiu a uma Missa nesta cidade, 10 quilómetros a sudeste de Jerusalém. O sítio principal em Belém é a Igreja da Natividade, situada na referida Praça e construída sobre a gruta onde Jesus nasceu. Na sua homilia, Bento XVI expressou pesar pelos sofrimentos das famílias e comunidades que perderam entes queridos no conflito e enfrentam dificuldades quotidianas. De modo especial, saudou os 50 peregrinos provenientes de Gaza, que receberam a autorização do governo israelita para participar na cerimónia – os pedidos tinham sido 250-, assegurando a todos a sua solidariedade com a obra de reconstrução e orações para que “o embargo seja levantado em breve”. Dezenas de muçulmanos tomaram parte nesta celebração. Partindo do simbolismo de Belém, cidade que os Evangelhos apresentam como o local de nascimento de Jesus, o Papa disse que “Cristo trouxe um Reino de amor divino, um Reino que é capaz de mudar este mundo, pois tem o poder de transformar os corações, iluminar as mentes”. Contudo, “enquanto as pedras desta cidade continuam a anunciar a ‘Boa Nova’, este Reino de paz, segurança, justiça e liberdade, é uma promessa hoje ainda longe de ser realizada”. Tal como João Paulo II, em 2000, Bento XVI assegurou também a colaboração da Igreja universal e encorajou os cristãos a reforçarem a sua presença, oferecendo alternativas àqueles que são tentados a emigrar. “Sejam uma ponte de diálogo e colaboração construtiva na edificação de uma cultura de paz que supere o actual estado de medo, de agressão e de frustração. Construam as vossas igrejas locais a partir de laboratórios de diálogo, tolerância, esperança, solidariedade e caridade concreta”, pediu. O Papa admitiu que a Terra Santa precisa de “novas estruturas económica”, mas principalmente “uma nova estrutura ‘espiritual’, que estimule homens e mulheres ao serviço de educação, desenvolvimento e promoção do bem comum”. Ao saudar Bento XVI, no início da celebração, o Patriarca latino de Jerusalém, D. Fouad Twal, afirmou que enquanto houver instabilidade política e o muro que separa Belém de Jerusalém e do resto mundo continuar de pé, esta terra não terá paz. “A guerra em Gaza é ainda uma ferida aberta para centenas de milhares de pessoas, assim como a ocupação e a falta de esperança num futuro melhor”, indicou. O Papa fora acolhido em Belém pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e pelas autoridades políticas, civis e religiosas. “Uma coexistência justa e pacífica entre os povos do Médio Oriente apenas se pode realizar por meio do espírito de cooperação e do respeito recíproco, em que os direitos e a dignidade de todos sejam reconhecidos e respeitados”, indicou. Bento XVI saudou o povo palestino e frisou que sabe quanto eles sofreram e continuam a sofrer por causa dos conflitos que assolam esta terra. “Tenho no coração as famílias que perderam as suas casas. Expresso a minha solidariedade e proximidade às pessoas que perderam seus familiares nas hostilidades, sobretudo, no recente conflito na Faixa de Gaza”, frisou. O Papa fará mais tarde uma visita privada à Gruta da Natividade. Bento XVI visita ainda o “Caritas Baby Hospital” de Belém e o Campo de refugiados de Aida. A estadia conclui-se com a visita de cortesia ao Presidente da autoridade Nacional Palestina, no Palácio Presidencial de Belém. FOTO: Lusa

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top