Moçambique: Bispo denuncia situação «cada vez mais dramática» em Cabo Delgado

D. Luiz Fernando Lisboa reage a ataques contra missões católicas

Lisboa, 12 jun 2020 (Ecclesia) – O bispo de Pemba, no norte de Moçambique, disse à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) que a situação em Cabo Delgado é “cada vez mais dramática”.

As declarações de D. Luiz Fernando Lisboa foram divulgadas hoje pelo secretariado português da AIS, duas semanas depois de a região de Macomia ter sido palco de um violento ataque por parte de grupos jihadistas.

O responsável católico considera que, “por enquanto, não há segurança” para as irmãs de São José e os monges beneditinos regressarem às suas missões, depois de ambas as congregações terem sido atacadas.

Estima-se que existam mais de 200 mil deslocados nos principais centros urbanos da província, nomeadamente na cidade de Pemba.

“O alojamento não é suficiente para todos, porque aqui em Pemba, por exemplo, as famílias estão a receber [os desalojados], mas há também grandes acampamentos sem as condições necessárias. Não há tendas suficientes, não há comida que chegue, porque é muita gente”, explica D. Luiz Fernando Lisboa.

Falando ao telefone com a AIS, o bispo de Pemba adiantou que espera reunir-se com a alta comissária das Nações Unidas para abordar este situação, agravada pela pandemia de Covid-19.

“Distribuímos milhares e milhares de máscaras. As pessoas estão a usar máscaras, mas não há distanciamento. É uma situação potencialmente perigosa”, relata o responsável católico.

Como consequência da onda de violência e dos ataques dos grupos jihadistas às comunidades religiosas, pelo menos “sete ou oito paróquias” estão sem atividades.

“Não diria fechadas, mas sem atividades porque não há condições para isso. Não há celebrações, não há catequese, nada. E já há vários meses. Há algumas comunidades que há alguns meses não têm nada”, indica D. Luiz Fernando Lisboa.

OC

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