Missões: Faltam católicos para lançar as redes onde Deus é cada vez mais «irrelevante»

Responsáveis portugueses do setor falam na necessidade de abraçar a evangelização todos os dias

Lisboa, 20 out 2012 (Ecclesia) – O presidente dos Institutos Missionários Ad Gentes (IMAG) diz que é preciso envolver todos os católicos no anúncio do evangelho “24 horas por dia” para responder a contextos onde Deus é cada vez mais “irrelevante”.

Em entrevista ao Programa ECCLESIA, da Antena 1, que será emitida este domingo, Dia Mundial das Missões, às 6h00, o padre Alberto Silva sustenta que num mundo onde a fé “está a mais” e reina a “indiferença”, os fiéis precisam de reforçar o seu “testemunho, diálogo, presença” e caminhar ao lado das outras religiões e culturas.

No entender daquele responsável, é isto que está em causa com a Nova Evangelização, não tanto a descoberta de uma outra “linha” orientadora.

O papel dos Institutos Missionários passa por levar as comunidades a abraçarem esse “dinamismo”, a cada momento da sua “vida diária”, seja na sua “rua” seja num outro “continente”, sustenta o missionário comboniano.

De acordo com a diretora executiva da associação Leigos para o Desenvolvimento (LD), o processo de envolvimento dos católicos na transmissão da Palavra de Deus requer antes de mais uma mudança de mentalidades.

Esta organização não-governamental de apoio ao desenvolvimento ajuda a implementar projetos de carácter social, educativo e religioso junto de populações mais carenciadas, tanto em Portugal como em Angola, Moçambique e Timor-Leste.

“A ideia de missionários leigos, em muitos contextos, ainda não é familiar nem muito compreendida”, aponta Carmo Fernandes, que destaca também a importância da vivência “comunitária” e da formação, enquanto hipótese de “discernimento” da fé e do que se quer fazer com ela.

“Pode haver pessoas já com um testemunho cristão mais forte, outras nem tanto, mas começa aqui também a sua interpelação para refletirem sobre o seu papel na Igreja e depois fazerem o seu discernimento, antes de partirem como missionários”, acrescenta.

Os voluntários dos LD são divididos normalmente em grupos de “três, quatro, cinco elementos” e integram-se “na Igreja e nas equipas missionárias” dos países de missão. 

Nesta altura, aquele organismo está a ultimar a formação de mais uma equipa composta por vinte elementos.

Na sua mensagem para o Dia Mundial das Missões, Bento XVI fala na necessidade de reforçar o anúncio do Evangelho numa sociedade cada vez mais descristianizada.

“É preciso renovar o entusiasmo de comunicar a fé, para promover uma nova evangelização das comunidades e dos países de antiga tradição cristã, que estão a perder a referência a Deus, de forma a redescobrir a alegria de crer”, exorta o Papa.

Sublinhando a pertinência do Ano da Fé, que a Igreja Católica promove até novembro de 2013, Bento XVI encoraja os fiéis a celebrarem a beleza da sua relação com Deus, não tanto num perspetiva ritual mas missionária.

PRE/JCP

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