Lisboa 2023: Mais de 1500 peregrinos com deficiência na JMJ

Organização destaca aposta na acessibilidade e participação de todos, com presença inédita de coro de surdos

Foto: JMJ Lisboa 2023

Lisboa, 28 jul 2023 (Ecclesia) – A organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 anunciou hoje a inscrição de mais de 1500 peregrinos com deficiência ou mobilidade reduzida, vindos de várias partes do mundo.

“A inclusão é um dos grandes pilares desta edição da JMJ, que procura deixar um legado para a próxima JMJ ao nível da acessibilidade”, indica uma nota divulgada pelo Comité Organizador Local (COL).

Carmo Diniz, responsável pelo Gabinete de Diálogo e Proximidade do COL, indica que os espaços foram “muito cuidados na sua preparação para serem acessíveis para todos”.

“Houve muito cuidado no Campo da Graça (Parque-Tejo)”, destacou ainda, precisando que criados relatórios de acessibilidade para os locais dos Eventos Centrais, do Festival da Juventude, dos encontros ‘Rise Up’ e do acolhimento.

Toda essa informação vai “refletir-se na App da JMJ Lisboa 2023, para que o peregrino saiba quais é que são os locais acessíveis”, indicou.

Nós temos estado a trabalhar para este número de inscritos e para um número ainda maior. O nosso desejo é que venham. Que todas as pessoas que se sintam chamadas e que queiram vir a Lisboa, venham sem ter de ponderar se a nossa cidade e se o nosso país é acessível para elas” – Carmo Diniz.

A transmissão dos Eventos Centrais da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 vai ser feita através de ecrãs, nos quais um intérprete de Gesto Internacional vai assegurar que as pessoas surdas possam aceder à informação “em qualquer lugar”, adiantou a responsável pelo Gabinete de Diálogo e Proximidade.

Leonor Belo, voluntária de longa duração no mesmo departamento e portadora de Trissomia 21, quis deixar uma mensagem a todas as pessoas com deficiência e mobilidade.

“Eu acho que não é preciso pensar. É só preciso sentir. Podem vir todos”, apelou.

Afonso Virtuoso, diretor do ‘Caminho 23’, uma das direções do Comité Organizador Local da JMJ Lisboa 2023, destacou numa entrevista à Agência ECCLESIA e Rádio Renascença o “trabalho inédito” nas iniciativas de inclusão das pessoas com deficiência.

“A questão do trabalho dos peregrinos com deficiência tem sido um trabalho central, tem tido o nosso maior foco e é um trabalho de cada dia: saber quais são as necessidades de cada grupo, para garantir que os jovens não só vêm à Jornada, mas vivem a Jornada e aproveitam tudo aquilo que a Jornada tem para lhes dar”, adiantou.

Em todos os Eventos Centrais existirá uma zona reservada para peregrinos com deficiência ou mobilidade condicionada que se tenham inscrito na JMJ Lisboa 2023.

O espaço beneficia de um percurso acessível desde a entrada do recinto até à zona reservada, pontos de água potável e casas de banho adaptadas.

“Os voluntários destacados para esta zona tiveram uma formação específica sobre o cuidado à pessoa com deficiência”, adianta a organização da Jornada Mundial.

A Cidade da Alegria (Belém) vai apresentar um mapa táctil na entrada e um percurso acessível que guiará o peregrino da entrada do recinto aos confessionários reservados; os “stands” da Feira Vocacional são acessíveis e existem casas de banho adaptadas no recinto.

O Parque do Perdão vai contar confissões em Língua Gestual nos seguintes idiomas: português, espanhol, britânico, italiano, francês e gesto internacional.

Em parceria com o Instituto Politécnico de Leiria, a JMJ 2023 preparou também materiais em “Comunicação para Todos”.

Durante a semana da JMJ Lisboa 2023 haverá audiodescrição ao vivo na Missa de Abertura, Missa de Acolhimento, Via Sacra e Missa de Envio.

A organização dedica um email dedicado a questões específicas relacionada com a participação de pessoas com deficiência na JMJ Lisboa 2023: pilgrimswithdisability@lisboa2023.org.

Os Eventos Centrais vão contar com a participação do projeto ‘Mãos que cantam’, com cantores surdos.

Os elementos juntaram-se ao Coro da JMJ Lisboa 2023, promovendo a “integração de ouvintes e não ouvintes,”.

“O início foi um começar do zero” porque houve a necessidade de “construir uma linguagem musical própria para dirigir pessoas surdas”, disse Sérgio Peixoto, diretor-artístico do ‘Mãos que cantam’.

OC

Projeto «Mãos que Cantam», coro formado por pessoas surdas que vai participar nas celebrações da JMJ

Pessoa com Deficiência: JMJ Lisboa 2023 vai deixar «legado» – Carmo Diniz

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