Líbano: Oito pessoas morreram após ataques contra igreja, denuncia fundação pontifícia

Secretariado português da Ajuda à Igreja que Sofre está a dinamizar campanha solidária «SOS Líbano»

Foto: Fundação AIS

Lisboa, 11 out 2024 (Ecclesia) – Uma igreja, que abrigava refugiados, e o respetivo edifício paroquial, de três andares, foram destruídos na localidade libanesa de Derdghaya, perto da cidade de Tiro, em dois ataques aéreos que causaram a morte de “pelo menos oito pessoas”.

“O país já atravessava uma profunda crise económica, com uma inflação galopante que conduziu as famílias para a miséria. Mas, agora, tudo está ainda pior”, lamentou a diretora do secretariado português da Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), na informação enviada aos benfeitores e à Agência ECCLESIA.

A fundação pontifícia explica que, esta quinta-feira, um ataque aéreo atingiu os dois salões de uma igreja que abrigava refugiados, “causando o desabamento”, na localidade de Derdghaya, perto de Tiro, no sul do Líbano.

Outro ataque atingiu o edifício de três andares onde funcionava a residência do sacerdote e escritórios desta paróquia da eparquia greco-católica de Tiro, agora “completamente” destruído.

“As pessoas estão a viver em salões das igrejas, pelo que vão precisar de alimentos, produtos sanitários, colchões, cobertores e, se a situação se mantiver, vamos precisar de aquecimento para o Inverno, embora, claro, esperemos que isto não dure tanto tempo”, desenvolve a coordenadora dos projetos da Fundação AIS para o Líbano, Marielle Boutros.

A AIS está a acompanhar “com muita preocupação esta grave situação” no Líbano, país onde “desenvolve diversos projetos”, e, em Portugal, lançou a campanha de ajuda de emergência ‘SOS Líbano’, com o objetivo principal de apoiar sacerdotes e religiosas que, “no terreno, procuram prestar assistência às populações mais atingidas pela violência da guerra”.

“Nesta hora de aflição em que o Líbano volta a ser um campo de batalha, é preciso ir em socorro dos que mais sofrem é preciso ajudar as famílias cristãs que estão assustadas e de mãos completamente vazias”, acrescenta Catarina Martins de Bettencourt, que agradece aos benfeitores portugueses “todos os gestos de carinho e solidariedade”.

A organização internacional Ajuda à Igreja que Sofre desenvolve “cerca 200 projetos no Líbano”, muitos já estavam direcionados para ajuda de emergência e “agora mais necessários do que nunca”, e, neste contexto, um pouco por todo o país a Igreja transformou-se “num lugar de refúgio”, alerta a fundação pontifícia.

A 7 de outubro de 2023, o grupo islamista palestiniano Hamas promoveu uma série de ataques contra Israel, matando 1200 pessoas e sequestrando 251, das quais cerca de 100 permanecem reféns.

Em resposta, o exército israelita lançou uma ofensiva militar contra a Faixa de Gaza, que provocou 41 900 mortos; nas últimas semanas, a guerra alastrou até ao Líbano, visando o grupo xiita Hezbollah, aliado do Irão.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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