Igreja/Saúde: «A pandemia é uma espécie de Advento permanente e exige redobrada vigilância» – Padre Amaro Gonçalo

Sacerdote da Diocese do Porto fala num Natal «como não era vivido há muito tempo»

Porto, 26 nov 2020 (Ecclesia) –  O pároco de Nossa Senhora da Hora, na Diocese do Porto, disse à Agência ECCLESIA que “a pandemia é uma espécie de Advento permanente e exige redobrada vigilância” e “vai permitir viver o Natal” de forma menos consumista e mais atento ao outro.

“A pandemia é um Advento que se perpetua. A vigilância é recordada com insistência nos textos do Advento, não é estar paralisado pelo medo, mas estar atento a sinais interiores e exteriores que nos cercam”, afirmou o padre Amaro Gonçalo.

O pároco de Nossa Senhora da Hora, na Diocese do Porto, considera  que neste momento “todos sentem a vida a prazo, não está segura como a tínhamos” e todos se sentem sob risco.

No fundo em risco estamos todos! O Advento quer despertar-nos para esta consciência de uma vida que se projeta na eternidade. Neste sentido, a pandemia é uma espécie de Advento permanente e exige redobrada vigilância, no cuidado do uso das máscaras, as distâncias de segurança, o cuidado com os mais frágeis, até na família, é um atenção muito grande que temos de ter a tudo e todos”, afirmou. 

O padre Amaro Gonçalo referiu também que este ano o Natal vai ser vivido como há muito não era, sendo “menos consumista e mais atento a quem precisa” e lança mesmo a ideia de, não havendo jantaradas de Natal, “essas extravagâncias possam ser canalizadas para famílias que precisam ou desempregados”.

“Este acontecimento não ficou confinado ao presépio de Belém, atraiu os magos e irradia a luz da noite de Natal pelo mundo inteiro e, nesse sentido, também devemos celebrar o Natal nas nossas comunidades… Creio que temos um amor criativo para que possamos irradiar a partir da igreja doméstica a luz do Natal”, afirma. 

Na sua comunidade paroquial o sacerdote, em tempo de pandemia e consequente confinamento, apostou em ajudar as famílias a terem o hábito de uma liturgia familiar, “sejam orações à mesa ou a leitura de um texto bíblico”. 

“Estamos a aprender a habitar as nossas casas, esta é uma das lições da pandemia. A partir de casa podemos partilhar as orações, as refeições, o que fazemos. Nós precisamos de redescobrir o Natal nesta dimensão familiar”, precisa.

Olhando a caminhada de Advento/Natal da Diocese do Porto, intitulada “Todos irmãos, todos de casa”, o padre Amaro Gonçalo sugere uma dinâmica familiar, onde “Jesus se sinta de casa, sem ser convidado especial de Natal, nem visita anual”. 

Esta entrevista ao padre Amaro Gonçalo estará em destaque na semana de 30 novembro a 04 de dezembro, no programa de rádio ECCLESIA, pelas 22h45, na Antena 1 da rádio pública. 

SN

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