Igreja nos Açores repensa estratégia de comunicação

D. António Sousa Braga, bispo de Angra, assume aposta numa presença reforçada na internet, em várias direções

Agência Ecclesia – Qual é o projeto da Diocese de Angra para repensar a sua presença na comunicação social?

D. António Braga – É uma necessidade da nova evangelização! A diocese teve de encerrar o jornal “A União” e tem a intenção de substituir este diário com um semanário diocesano. Promovemos, para isso, uma reflexão a nível da diocese, nomeadamente no último Conselho Presbiteral.

Nós não nos vamos centrar apenas na questão do semanário diocesano, com difusão nas 9 ilhas dos Açores. Queremos promover uma reflexão mais ampla para percebermos o ponto de situação na Igreja e da Igreja para a sociedade, entre as comunidades e os meios de comunicação social e sobretudo tendo presente o contexto em que vivemos, da era digital.

Queremos chegar a uma conclusão sobre o semanário diocesano, mas não só: tendo presente as nova evangelização, temos de definir a presença da Igreja no ambiente digital, não o olhando apenas como um instrumento, mas como ambiente onde a Igreja tem de estar presente para evangelizar.

É a primeira vez que fazemos uma reflexão deste género, a nível da diocese.

 

AE – Que conclusões espera?

AB – Vamos ver! Temos de definir as conclusões para as levar depois às comunidades cristãs, porque não é possível lançar um semanário diocesano sem haver um compromisso das comunidades em apoiar esse projeto, não só do ponto de vista da sustentabilidade económica, mas assumindo o compromisso de fazer circular a informação.

Numa diocese com território descontínuo –  9 Ilhas – esta é uma oportunidade para encontrar um meio de informação entre nós, no seio da Igreja, e da igreja para a sociedade.

 

AE – O diário “A União” não respondia a essa necessidade?

AB – Não… Era uma projeto onde a diocese tinha de injectar dinheiro (por isso, da diocese), mas não tinha dimensão diocesana. Circulava só na Ilha Terceira.

Agora temos a oportunidade e de levar para a frente um meio de comunicação – vamos ver se se justifica um semanário em papel ou digital – capaz de responder aos desafios da evangelização hoje.

 

AE – Para quando essa decisão?

AB – Queremos que o projeto arranque já no próximo ano pastoral. Levamos uma orientação do Conselho Presbiteral para ser transmitida nas ouvidorias [conjunto de paróquias, numa diocese, ndr], convidando os sacerdotes a explicar ao povo o projeto e a se perceberem da reacção.

Temos uma decisão! A questão é ver até que ponto as comunidades se envolvem…

Penso que é inevitável que se invista num portal diocesano, que depois se possa transformar em semanário, e que procure investir o necessário para por a funcionar um gabinete de informação, com interlocutores em cada Ilha.

Queremos lançar um projeto de nova evangelização na comunicação social, que vá para além de um semanário: queremos um semanário digital ou em suporte de papel, um portal da diocese e um gabinete de informação.

 

AE – A funcionar de forma articulada e representando toda a diocese?

AB – Esse é o desafio! Para que este projeto funcione tem de haver uma equipa em cada Ilha. Não é fácil. Mas esta é uma oportunidade que não podemos perder.

Infelizmente tivemos de encerrar um diário. Mas queremos aproveitar esta oportunidade para assumir com maior empenho e de forma adequada a este tempo a presença da diocese na comunicação social. Não podemos evangelizar hoje se estamos ausentes da comunicação social. 

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