Finanças: Papa promove renovação no Banco do Vaticano

Novo presidente do Instituto para as Obras de Religião assume obrigação de «transparência»

Cidade do Vaticano, 09 jul 2014 (Ecclesia) – A Santa Sé apresentou hoje a nova configuração do Instituto para as Obras de Religião (IOR), o ‘Banco do Vaticano’, presidido a partir de agora pelo francês Jean-Baptiste de Franssu, que assumiu a obrigação de “transparência”.

O responsável disse em conferência de imprensa que assume o cargo como uma “missão” ao serviço da Igreja Católica, procurando ajudar o Papa a “aumentar o seu trabalho em favor dos pobres e da propagação da fé”.

O cardeal australiano George Pell, prefeito da Secretaria para a Economia (‘ministro das Finanças’ do Vaticano), anunciou esta mudança aos jornalistas e declarou que o IOR “está num período de transcrição pacífica e natural”.

Jean-Baptiste de Franssu sucede ao alemão Ernst von Freyberg, nomeado por Bento XVI depois da sua renúncia ao pontificado, em fevereiro de 2013, numa mudança que se estende a todos o quadro executivo que geria a instituição desde setembro de 2009.

O francês integra o novo Conselho para a Economia, criado pelo Papa Francisco, e é visto no Vaticano como um homem da casa.

A mudança inclui a criação de uma estrutura independente, nos próximos 24 meses, para a gestão de ativos do Vaticano, o ‘VAM – Vatican Asset Manager’.

Jean-Baptiste de Franssu referiu aos jornalistas que o objetivo é promover “investimentos católicos éticos” ao serviço da Santa Sé e dos clientes do Instituto para as Obras de Religião.

A reforma promovido pelo Papa prevê ainda a criação do cargo de auditor-geral nesta instituição, para reforçar a transparência das operações financeiras. 

Os estatutos do IOR vão ser revistos nos próximos três anos e as suas operações serão redesenhadas, seguindo “três prioridades estratégicas”: reforçar a base de negócio da instituição, mudar a gestão de ativos para o recém-criado VAM e centrar o IOR na consultoria financeira e serviços de pagamento ao clero, congregações religiosas, dioceses e leigos que são funcionários do Vaticano.

Ernst von Freyberg disse deixar uma instituição "completamente transparente" que conhece, neste momento, os seus clientes com "toda a certeza".

O IOR apresentou esta terça-feira as contas relativas a 2013, as quais mostram um lucro de 2,9 milhões de euros, uma diminuição face aos 86,6 milhões de euros em 2012) devido aos custos dos conselheiros externos e ao abate de investimentos de risco.

O processo de verificação de clientes iniciado no último ano levou ao encerramento de 3 mil contas e ao bloqueamento de outras 2 mil.

A Comissão Cardinalícia de Vigilância do IOR vai passar a contar com D. Josip Bozanic, arcebispo de Zagreb (Croácia), que se junta aos cardeais Santos Abril y Castello (arcipreste da Basílica de Santa Maria Maior), Thomas Christopher Collins (arcebispo de Toronto), Pietro Parolin (secretário de Estado do Vaticano), Christoph Schönborn (arcebispo de Viena) e Jean-Louis Tauran (prefeito do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso).

Seis novos membros leigos vão ser designados para o Conselho de Administração do IOR.

OC

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