Ensino: Educação Moral e Religiosa Católica, a «disciplina da terapia» onde os alunos aprendem «a ser gente» (c/vídeo)

Mães falam das motivações que as levam a fazer inscrição dos filhos

 Lisboa, 27 mai 2020 (Ecclesia) – Sete mães, encarregadas de educação, partilharam a experiência e a opinião sobre Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), a disciplina “da terapia” que os filhos frequentam, e onde os alunos aprendem “a ser gente”.

“É uma disciplina em que nunca tive dúvidas se iria matricular a minha filha, costumo dizer aos pais o que a minha mãe dizia há 30 anos: ‘Enquanto lá estás aprendes a ser gente’. E é isto mesmo, eles aprenderem a valorizar ainda mais a família, os amigos, a escola, aprenderem valores como a bondade, a amizade, a solidariedade”, disse Cristina Henriques, que tem uma filha de 10 anos de idade no 5.º ano de escolaridade.

Em declarações à Agência ECCLESIA, a professora na Escola Básica integrada da Torreira e responsável pelo 1.º Ciclo no Agrupamento de Escolas da Murtosa explica que “alguns pais e miúdos” ainda consideram a disciplina de EMRC uma “continuação da Catequese” e, depois, percebem que “tem conteúdo, são transversais, estudam valores para a vida”; A disciplina “não é a continuação da catequese”, há a dimensão “do fenómeno religioso, da religião”, mas, “mais tarde, também essas aprendizagens ajudam a fazer as escolhas deles”.

“Sabemos que disciplina é um contributo muito grande para a formação dos nossos filhos: Ajuda-os a pensar por si, a colaborar, ajuda-os a saber conviver com os colegas, com o pessoal docente, não docente, na resolução de muitos problemas e conseguem ter uma abertura muito maior do que numa disciplina de Matemática” – Arminda Paulo, mãe de um aluno que está no 8.º ano no Agrupamento de Escolas de Sernancelhe

Rita Vicêncio tem uma filha no 6.º ano de escolaridade no Agrupamento de Escolas de Sines e considera que a EMRC pode ser, na formação dos alunos, uma preparação “para uma disciplina como a Filosofia” no Secundário, a “importância do pensamento sobre os grandes valores, sobre a existência, sobre o que é a vida”.

“Esta disciplina proporciona um espaço de liberdade de debate. Não tenham medo da doutrina. Esta disciplina respeita os valores da tolerância e do diálogo, e numa perspetiva dos grandes valores humanos. Preparando-os para serem cidadãos responsáveis, ativos, conscientes”, desenvolveu, destacando a importância de uma “formação sólida numa base moral, ética e de valores”.

EMRC

A escola tem de ajudar nas vivências. Os nossos filhos colecionam vivências ao longo da vida, e além das familiares também há da escola, da comunidade educativa, e a disciplina de EMRC o facto de poder dar alguma visão e orientação nas vivências, é importante” – Carla Sarmento, mãe de três filhos: Sofia, 2.º ano, Vasco no 9.º ano, e Rui Miguel no 11.º ano.

Com dois filhos, a Catarina e o Vasco, respetivamente no 5.º e 11.º ano, Paula Santos é também assistente operacional no Agrupamento de Escolas de Sernancelhe e “no impasse” da escolha de EMRC, na “hora das matrículas”, diz “sempre” aos pais que é “a disciplina da terapia, de final de dia”, onde os alunos “podem descarregar o peso da carga horária, dos conteúdos, e conseguem diversificar, falar do que quiserem porque o professor também o permite”.

“Encontraram sempre na disciplina uma dinâmica muito diversificada, os professores nunca se resumem a cumprir o currículo do livro e, por isso, a disciplina é apelativa”, explicou.

EMRCEm Vila de Rei, Fátima Aires é mãe do Ricardo, que está no 8.º ano, e da finalista Patrícia, no 12.º ano, e afirma que “graças a Deus, hoje não se vê”, como no se tempo, a disciplina “quase como que uma catequese” mas “os valores cristãos são transmitidos”.

A Assistente Social destaca o trabalho do professor que envolve os alunos, a comunidade educativa, a paróquia onde todos fazem “um trabalho extraordinário” e quando há uma iniciativa os estudantes “estão sempre prontos a participar e gostam de participar”.

Ana Rita Rosa é mãe do Artur que, está no 7.º ano na Escola Básica 23 Vasco da Gama Sines, e frequenta este ano letivo EMRC porque pediu “a meio do 6 ano”.

“Fui ver quais eram as aprendizagens essenciais da disciplina para o 7.º ano, para o matricular, e fala-se nos afetos (transversais por toda a nossa vida), da paz (a paz que começa dentro de nós, interior). Temos uma escola multicultural e hoje, cada vez mais, é importantíssimo ensinarmos aos nossos filhos o respeito pelo outro. Para além da influência que teve dos colegas, a professora Anabela é fantástica, tem um dinamismo dentro e fora da sala de aula, um empreendedorismo, incrível”, explicou.

EMRCA lei prevê a oferta obrigatória da disciplina curricular de Educação Moral e Religiosa Católica do Ensino Básico ao Secundário e no atual ano letivo 2019/2020 passou a integrar as matrizes dos cursos profissionais (Decreto-Lei nº 55/2018, de 6 de julho).

A Concordata assinada em 2004 entre Portugal e a Santa Sé consagra a existência da disciplina de EMRC, sendo os professores propostos pelos bispos, nomeados pelo Estado e pagos pela tutela; É uma componente do currículo nacional, de oferta obrigatória por parte dos estabelecimentos de ensino e de frequência facultativa.

PR/CB/OC

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