Economia/Ecologia: Organizações cristãs e judaicas retiram investimentos em empresas ligadas a combustíveis fósseis

Iniciativa lançada em 2016 chega a 400 instituições, através do Movimento Católico Global pelo Clima

Cidade do Vaticano, 17 nov 2020 (Ecclesia) – As associações religiosas unidas numa campanha de desinvestimento financeiro em combustíveis fósseis anunciaram hoje que 47 instituições cristãs e judaicas se uniram à iniciativa, em defesa de uma economia sustentável.

A campanha lançada em 2016, através do Movimento Católico Global pelo Clima, chega assim a 400 entidades aderentes, que se comprometem a deixar de investir em empresas que “comercializem ou utilizem energias” oriundas de combustíveis fósseis.

A iniciativa quer responder aos apelos do Papa Francisco na sua encíclica ‘Laudato si’ (2015), “no sentido de uma conversão ecológica de cuidado com a casa comum, de solidariedade com as pessoas e povos mais pobres (os que mais sofrem com as alterações climáticas) e de solidariedade com as gerações futuras”.

O compromisso abrange 95 ordens religiosas, instituições laicais (como a Comissão Nacional Justiça e Paz, em Portugal), organizações de solidariedade e financeiras, além de várias dioceses e movimentos católicos.A

A mobilização mundial promove a utilização de painéis solares e investimentos que respeitem o meio ambiente.

O tema tem sido uma das preocupações do atual pontificado, marcado por apelos em favor de um novo equilíbrio ecológico global.

A encíclica ‘Laudato si’ propõe uma mudança de fundo na relação da humanidade com o meio ambiente, alertando para as consequências já visíveis do aquecimento global e das alterações climáticas.

“As mudanças climáticas são um problema global com graves implicações ambientais, sociais, económicas, distributivas e políticas, constituindo atualmente um dos principais desafios para a humanidade”, escreve Francisco.

O documento contesta um modelo de desenvolvimento baseado no “uso intensivo de combustíveis fósseis”, que está no centro do sistema energético mundial.

Entre as 47 novas organizações que aderiram a campanha estão a Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia e a associação dos sacerdotes católicos dos Estados Unidos da América.

OC

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