Braga: Cáritas recebeu 109 vítimas de violência doméstica no primeiro semestre do ano

Do número fazem parte 32 crianças e jovens menores de idade que acompanham as mães vítimas do crime

Foto: Diocese de Bragança-Miranda

Ecclesia, 09 set 2024 (Ecclesia) – A Cáritas de Braga, através da Resposta de Acolhimento de Emergência para Vítimas de Violência Doméstica, recebeu no primeiro semestre deste ano 109 vítimas de violência doméstica, anunciou hoje a instituição.

Do universo de mais de uma centena de vítimas, 32 correspondem a crianças e jovens menores de idade que acompanham as mães vítimas de violência doméstica, adianta um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

O serviço acolheu mais pessoas em janeiro, fevereiro e maio, contabilizando-se 67 casos só nesses três meses.

As vítimas acolhidas na resposta de emergência apresentam um grau de vulnerabilidade acrescido, necessitando de um espaço seguro e confidencial para a reorganização do seu projeto de vida”, referiu Raquel Gomes, responsável pelas respostas de apoio à vítima da instituição.

Este não é o único serviço de ajuda às vítimas de violência doméstica da Cáritas de Braga, que disponibiliza também o Espaço Igual | Estrutura de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica, para atendimento e acompanhamento individualizado e personalizado de todas as vítimas que necessitem de apoio.

Segundo a Cáritas de Braga, 126 vítimas foram acompanhadas durante o primeiro semestre deste ano, resultando em 671 atendimentos de apoio jurídico, psicológico e social.

“A maioria das vítimas relata ser alvo de várias formas de violência, com uma prevalência significativa da violência física, verbal e psicológica”, revela Raquel Gomes.

No que respeita às crianças e jovens, a violência psicológica é a mais expressiva, “frequentemente devido à exposição a contextos familiares violentos”, salienta a instituição.

Desta forma, a Cáritas de Braga disponibiliza uma Resposta de Apoio Psicológico para Crianças e Jovens (RAP), na qual foram acompanhadas 49 crianças e jovens nos primeiros seis meses do ano, num total de 264 atendimentos psicológicos realizados.

“Este serviço é fundamental para apoiar as vítimas mais jovens e ajudar a mitigar o impacto da violência experienciada”, sublinha Raquel Gomes.

De acordo com a responsável, “as vítimas que recorrem ao Espaço Igual tendem a estar cada vez mais informadas sobre os seus direitos, o que leva a uma procura mais imediata dos serviços de apoio”.

“Esta evolução reflete a crescente capacitação da comunidade para a necessidade de denunciar o crime de violência doméstica”, destaca, frisando a importância do trabalho em rede.

“Neste contexto, é essencial o papel das diversas instituições, nomeadamente da justiça, segurança, apoio social e proteção de menores, cujo trabalho conjunto é fundamental para uma intervenção integrada e eficaz no combate e prevenção deste fenómeno”, reconheceu.

A ausência de financiamento comunitário marcou o primeiro semestre do ano, colocando desafios significativos ao funcionamento das estruturas de apoio.

Face à situação, a Cáritas Braga assumiu integralmente o financiamento das respostas, garantindo que nenhuma vítima permanecesse sem o apoio necessário.

A responsável pelas respostas de apoio à vítima da Cáritas de Braga evidencia a importância de continuar a investir na prevenção da violência e na criação de sociedades mais igualitárias e inclusivas.

“A proteção das vítimas exige um apoio cada vez mais especializado, adaptado às suas necessidades específicas, para que possamos responder eficazmente a este fenómeno”, defende.

Além dos serviços disponíveis, a Cáritas de Braga tem promovido atividades paralelas focadas no empoderamento das vítimas e na redução dos impactos associados à violência, além de continuar ações de sensibilização junto da comunidade para aumentar a consciência sobre a violência doméstica e promover a igualdade de género.

“Este compromisso, a par dos três serviços disponibilizados atualmente pela entidade, reafirma a dedicação da Cáritas Braga em combater a violência doméstica e promover a igualdade e segurança de todas as vítimas”, conclui a instituição.

LJ/PR

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