Braga: Arcebispo afirma que sinodalidade «é constitutiva do ser e do agir» da Igreja e incentiva à unidade

D. Jorge Ortiga lança ano pastoral dedicado ao «cuidar»

Braga, 22 set 2021 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga sustentou que a sinodalidade é uma dimensão “constitutiva” da vida da Igreja Católica e uma aposta na arquidiocese minhota, que chamou a colaborar “com todas as realidades que o mundo lhe oferece”.

“A sinodalidade não é opcional para a Igreja. É constitutiva do seu ser e do seu agir. Não há outras alternativas que possam ser escolhidas”, escreveu D. Jorge Ortiga, na mensagem publicada com o plano pastoral 2021/2022.

O arcebispo de Braga referiu que “importa” intuir o que verdadeiramente deve estar em primeiro lugar para que “ela se torne realidade na convivência comunitária e no discernir dos caminhos adequados para a evangelização”.

“Se a unidade é continuidade da vida trinitária, a sinodalidade também terá de o ser”, observou.

Segundo D. Jorge Ortiga, a sinodalidade corre o risco de ser aquilo que não se pretende “sem uma espiritualidade do nós”, como a definem os últimos Papas, e assinalou que não “basta juntar projetos e acumular ideias” para decidir pela maioria.

Sem uma espiritualidade sinodal, a sinodalidade será uma palavra vazia, usada com muita frequência neste contexto de um novo sínodo, mas não oferecerá à Igreja a credibilidade de que necessita e a diferença que mostrará o verdadeiro contributo que podemos e devemos dar à sociedade”.

A abertura do percurso para a XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que tem como tema ‘Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão’, acontece no Vaticano, sob a presidência do Papa, nos próximos dias 9 e 10 de outubro, e em cada diocese católica, a 17 de outubro.

O novo ano pastoral 2021/2022 na Arquidiocese de Braga centra-se na frase ‘onde há amor, nascem gestos’ e é inspirado pela passagem bíblica do bom samaritano «aproximou-se, ligou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho» (Lucas 10, 34).

O arcebispo de Braga indicou que a Igreja “nunca poderá caminhar sozinha” mas terá de entrelaçar o seu agir pastoral numa “simbiose de diálogo, de permuta de dons e criando parcerias com todos” os que querem construir uma humanidade fraterna e justa.

D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga há 22 anos, apresentou a renúncia ao Papa em 2019, após completar 75 anos de idade, seguindo as determinações do Direito Canónico, aproveitando para “dar graças a Deus pela unidade” que foram construindo ao longo destas duas décadas.

O programa pastoral realça que uma Igreja com um rosto samaritano “é uma Igreja atenta às feridas das pessoas”, a todos os que vivem uma vida frágil, “marcada por qualquer forma de dor, privação, sofrimento, necessidade”, e não é apenas aquela que distribui géneros alimentares, mas “é uma Igreja atenta a tantas outras feridas abertas na carne do ser humano”.

A arquidiocese minhota é mobilizada a “cuidar as feridas” da fraternidade, das comunidades, da casa comum, das relações familiares e dos jovens, e a aplicar verbos em cada ação, respetivamente, “visitar, acolher, proteger, acompanhar” e “integrar”.

“Viver intensamente a caridade para oferecer um rosto sinodal e samaritano à Igreja, que se faz próxima para cuidar e acompanhar como Jesus Cristo, Bom Samaritano” é o objetivos geral para o novo ano pastoral, no âmbito do triénio ‘Uma Igreja Sinodal e Samaritana’ (2020/2023).

CB/OC

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