Bioética: Conferência Episcopal Francesa contra «bebé-medicamento»

Lisboa, 08 Fev (Ecclesia) – O cardeal André Vingt-Trois, presidente da Conferência Episcopal Francesa (CEF), criticou hoje a “instrumentalização” de um ser humano “em benefício de um outro”, aludindo ao nascimento do primeiro «bebé-medicamento» em França.

O arcebispo de Paris saudou o “prodígio que constitui este nascimento”, mas mostrou-se crítico em relação ao facto de se “utilizar alguém ao serviço exclusivo de um outro”.

“Esta criança é um instrumento para tentar salvar outra”, disse.

O bebé poderá salvar um dos irmãos, que sofre de uma grave doença de sangue hereditária.

“Vamos transformar-nos em instrumentos? Estou totalmente contra isso”, afirmou o presidente da CEF.

O pequeno Umut-Talha (nome que significa «a nossa esperança», em turco) nasceu a 26 de Janeiro, num hospital da região de Paris, após um “duplo diagnóstico pré-implantação”, que permite a escolha dos embriões, foi ontem anunciado.

O procedimento de diagnóstico permitiu assegurar que a criança era imune à doença genética de que sofrem os seus irmãos e que poderia ser um dador compatível com um deles.

A respeito da revisão sobre as leis da bioética, em França, o cardeal André Vingt-Trois reafirmou a oposição da Igreja Católica ao uso de embriões na investigação.

Neste processo, a CEF propôs um blogue (www.bioéthique.catholique.fr), aberto em Fevereiro de 2009 por iniciativa do arcebispo Pierre d’Ornellas, presidente do grupo de trabalho do episcopado para a bioética.

AFP/OC

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