Algarve: «É preciso silêncio interior para escutar o clamor dos pobres» – D. Manuel Quintas

Instituições caritativas na diocese renovaram o compromisso de combater a pobreza

Foto: Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Faro, 20 nov 2018 (Ecclesia) – O bispo do Algarve afirmou que “é preciso fazer silêncio interior para escutar o clamor dos pobres”, na Eucaristia a que presidiu no II Dia Mundial dos Pobres no Santuário de Nossa Senhora da Piedade (Mãe Soberana), em Loulé.

“Não podemos deixar que se abafe nos nossos ouvidos, mas sobretudo no nosso coração, o grito dos pobres. São os barulhos que há dentro de nós que abafam esses gritos e esses apelos”, disse D. Manuel Quintas, este domingo.

Em informação enviada hoje à Agência ECCLESIA, o jornal diocesano ‘Folha do Domingo’ divulga que o bispo desafiou os cristãos a estarem atentos, sobretudo aos que “vivem perto”.

“Estejamos atentos àqueles que conhecemos e com os quais nos cruzamos”, sublinhou, este domingo, no Santuário da Mãe Soberana.

D. Manuel Quintas lembrou que em Portugal “há cerca de 2 milhões e 400 mil pobres”, segundo dados do INE de 2017, e destes “6,9% vivem em condição de privação material severa”, ou seja, “um quarto da população”.

“Pobre não é só aquele que tem fome de pão”, acrescentou, dando como exemplo “tantos, em tantas situações” – nos estabelecimentos prisionais, nos hospitais, nos lares e em tantos lugares – que “tem como companheira apenas a solidão”.

“O pouco que podemos fazer, diante do muito que é necessário, pode parecer-nos insignificante. Todavia, como nos recordava Santa Madre Teresa de Calcutá, uma gota de água, quase invisível, lançada ao mar não deixa o mar igual e, sobretudo, não deixa igual quem a lança”, desenvolveu.

Foto: Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O jornal ‘Folha de Domingo’ informa ainda que nesta Missa as direções da Cáritas Diocesana do Algarve e do Conselho Central do Algarve da Sociedade de São Vicente de Paulo renovaram o compromisso de combater a pobreza.

“Se há estas instituições, elas servem para canalizar esta ajuda diante de situações muito concretas, mas não podemos delegar nelas aquilo que nos compete a nós”, observou o bispo diocesano D. Manuel Quintas, realçando que “é pelas obras” que se mostra “a autenticidade da fé”.

O Dia Mundial dos Pobres foi instituído pelo Papa Francisco, após o Jubileu da Misericórdia que se concluiu em novembro de 2016.

CB/OC

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