Igreja: Bispos portugueses destacam importância dos acólitos e abrem reflexão sobre novos ministérios

Nota assinala 25 anos da Peregrinação Nacional a Fátima, que decorre em cada 1 de maio e que este ano vai ser presidida pelo cardeal Jean-Claude Höllerich, arcebispo do Luxemburgo

Foto: Santuário de Fátima

Fátima, 15 abr 2021 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) publicou hoje uma nota pastoral sobre os 25 anos da Peregrinação Nacional dos Acólitos a Fátima, agradecendo-lhes pelo seu serviço à Igreja e apelando à valorização deste ministério.

“O acolitado não é um mero serviço funcional, mas um ministério que abrange crianças, jovens e adultos, rapazes e raparigas, que devem ser pastoralmente acompanhados para riqueza e edificação, não apenas dos próprios, mas de toda a comunidade”, escrevem os bispos.

O texto foi divulgado esta tarde, após a conclusão da 200ª Assembleia Plenária da CEP, evocando a primeira peregrinação dos acólitos a Fátima, em1996.

“Passados vinte e cinco anos, os pouco mais de 100 acólitos presentes na primeira peregrinação são agora mais de 5 mil”, indica o texto.

Este ano, a 25ª Peregrinação Nacional dos Acólitos a Fátima vai ser presidida pelo cardeal Jean-Claude Höllerich, arcebispo do Luxemburgo, presidente da Comissão dos Episcopados da União Europeia (COMECE) e do ‘Coetus Internationalis Ministrantium’ (CIM), organismo que reúne os responsáveis dos acólitos nos diversos países, disse à Agência ECCLESIA o responsável pelo Serviço Nacional de Acólitos, padre Luís Leal.

A CEP destaca a missão do Serviço Nacional de Acólitos, que convida a reforçar a cooperação e presença internacional.

Segundo os bispos, neste setor é necessária uma “uma contínua e adequada preparação técnica, bíblica, litúrgica, pastoral e espiritual”.

Aquando dos 100 anos do nascimento de São Francisco Marto, na Peregrinação Nacional, a 1 de maio de 2009, a Conferência Episcopal Portuguesa proclamou o santo pastorinho de Fátima como patrono dos acólitos portugueses.

Muitas das vocações ao sacerdócio nasceram da dedicação de muitos rapazes ao serviço do altar como acólitos. Também as raparigas podem e devem aproveitar o dom do serviço do altar para se questionarem vocacionalmente”.

Em janeiro, o Papa Francisco estabeleceu que as mulheres tenham acesso aos ministérios de Leitor e Acólito com o motu proprio ‘Spiritus Domini’.

Segundo o Papa, a opção de conferir estes serviços também às mulheres, com “estabilidade, reconhecimento público e mandato do bispo, torna mais eficaz a participação de todos na obra de evangelização na Igreja”.

A Assembleia da CEP iniciou uma reflexão sobre “ministérios laicais numa Igreja ministerial”, que vai continuar junto das instâncias diocesanas e das comissões episcopais.

D. José Ornelas, presidente da CEP, falou de ministérios específicos, ligados, por exemplo, a obras de caridade ou funções de acolhimento e de catequese nas comunidades católicas, além da presidência na ausência de sacerdotes.

“Queremos que toda a gente participe com ânimo novo, dentro da Igreja”, indicou o bispo de Setúbal.

Ainda neste encontro, que decorreu desde segunda-feira, foi aprovado o documento “O Diácono Permanente na Igreja em Portugal”, apresentando como “um contributo para a formação inicial e permanente” deste primeiro grau do Sacramento da Ordem, restaurado pelo Concílio Vaticano II e que conheceu um “forte impulso”, nas últimas décadas.

A Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé apresentou o “Itinerário de iniciação à vida cristã com as famílias, com as crianças e com os adolescentes”, uma proposta catequética que dá relevo à família, “enquanto Igreja doméstica”, e que pretende ser, nos próximos anos, “inspiração para a (re)organização dos materiais de apoio à catequese nas comunidades cristãs e para a formação de catequistas”.

OC

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Agência ECCLESIA

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