1º de Maio: Comissão Justiça e Paz de Braga apela para «ética do diálogo e do cuidado»

Organismo católico defende «estratégias específicas para responder ao desemprego»

Braga, 30 Abr 2020 (ECCLESIA) – A Comissão Arquidiocesana Justiça e Paz de Braga defende, numa nota para o 1º de Maio, Dia do Trabalhador, que é urgente “uma ética do diálogo e do cuidado, de atenção aos rostos feridos pelo abandono e pela carência extremas”.

No comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o organismo católico assinala que o lugar do trabalho humano na sociedade, pós-pandemia de Covid-19, é uma “questão-chave de justiça social que, doravante, merece ser encarada, cada vez mais, numa perspetiva de sobrevivência e de desenvolvimento sustentável para o bem-estar de todos”.

“Sem instituições justas, comprometidas com a procura do bem comum, dificilmente se sobrevive ao caos individual, nem faremos da terra o lugar de uma qualidade de vida ecológica, em relação sadia consigo mesmo, com os outros, com o tempo ou com os lugares”, pode ler-se.

Ao fazer referência à crise provocada pela pandemia, a Comissão Arquidiocesana Justiça e Paz de Braga aponta para “a fragilidade do tecido produtivo” e a “precariedade dos vínculos laborais” como os problemas que mais se detetam, a par de “necessidades alimentares básicas, de apoio social e humano”.

Este organismo entende que a pandemia “vai aumentar as desigualdades em Portugal” e as famílias vão “ter menos capacidade de interajuda.

Neste contexto de “crescente vulnerabilidade económica e social”, projeta-se “um aumento de conflitos interpessoais, cujas causas e consequências serão diferenciadas em função do género, a faixa etária, entre outros fatores”, alerta.

Os valores “da solidariedade, do bem comum e do serviço aos outros” podem vir a “perder-se”, lê-se na mensagem.

Na expectativa de que o mundo “comece aos poucos a vislumbrar novos tempos”, a Comissão Arquidiocesana Justiça e Paz de Braga “apela ao Governo em geral, às instituições, aos decisores e empresas locais, em particular, a darem prioridade aos planos de recuperação económica, com estratégias específicas para responder ao desemprego, nomeadamente dos jovens”.

“Assegurar um processo rápido de reabilitação da economia local”; “apoiar os empregadores que oferecem oportunidades apropriadas, sobretudo aos jovens, assegurando mecanismos de regulação adequados para os proteger contra a exploração dos trabalhadores, nomeadamente através de vínculos precários”; e “prestar apoio financeiro às empresas, educação e formação profissional” são algumas medidas apontadas

LFS/OC

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