Viana do Castelo: Diocese despediu-se de D. José Pedreira (c/fotos)

Participantes nas exéquias evocaram simplicidade de vida e dedicação à Igreja do falecido bispo

Foto: Diocese de Viana do Castelo

Viana do Castelo, 15 out 2020 (Ecclesia) – A Diocese de Viana do Castelo despediu-se hoje D. José Pedreira, bispo emérito que faleceu esta quarta-feira, aos 85 anos de idade, no Hospital de Braga.

As celebrações das Exéquias decorreram esta tarde, na Catedral do Alto Minho, sob a presidência de D. José Ornelas, bispo de Setúbal e responsável máximo da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

“Pedimos a Deus que as sementes de Evangelho que ele recebeu, que ele acolheu, que ensinou e a lançou a esta terra, possam desenvolver-se aqui nesta Igreja e possam dar fruto”, disse o presidente da CEP, na homilia da celebração, com participação limitada e transmissão online, devido à atual pandemia.

O responsável católico rezou pela Diocese de Viana do Castelo, para que tenha nos seus primeiros quatro bispos, já falecidos, “colunas” que a façam viver a fé e a esperança na vida de cada dia.

Após as exéquias, D. José Pedreira – natural do Concelho de Valença, na diocese do Alto Minho – foi sepultado Cemitério Municipal de Viana.

Mons. Sebastião Pires Ferreira, administrador diocesano, dirigiu-se à assembleia, no final da Missa, para manifestar “profunda dor” perante o falecimento do bispo emérito.

“Vemos passar para a eternidade mais um bispo da nossa diocese e, com ele, constatamos uma diocese que não tendo ainda 50 anos de existência, vê fechado um ciclo de quatro bispos residenciais, todos já na eternidade. Não nos sentimos órfãos”, observou.

O responsável sublinhou o “valioso legado q deixado por cada um dos bispos” desta diocese, desde a sua fundação, há 43 anos: D. Júlio Tavares Rebimbas (1977-1982), D. Armindo Lopes Coelho (1982-1997), D. José Augusto Pedreira (1997-2010) e D. Anacleto Oliveira (2010-2020).

Mons. Sebastião Pires Ferreira aludiu, em particular, ao papel de D. José Pedreira na consolidação da vida diocesana, com a convocação de um Sínodo, “que marcou a maturou” o percurso das comunidades católicas.

“A Igreja que está em Viana do Castelo em breve cantará o Aleluia da Páscoa redentora, no acolhimento de um novo pastor”, concluiu.

D. José Pedreira, terceiro bispo da diocese do Alto Minho, era padre desde 1959; em 1982, João Paulo II nomeou-o bispo auxiliar do Porto e, em outubro de 1997, bispo de Viana do Castelo, missão que desempenhou até 2010.

A Diocese de Viana do Castelo tinha perdido, a 18 de setembro, o seu bispo, D. Anacleto Oliveira, que faleceu na sequência de um acidente de viação.

D. José Ornelas evocou dois bispos que “deram a sua vida a esta Igreja diocesana, a este povo”, pedindo que se afastem “pensamentos pouco otimistas” sobre a existência, particularmente em tempos de pandemia.

“A morte não é a última palavra de Deus, nunca é”, indicou.

Em declarações à Agência ECCLESIA, D. Gilberto Reis, bispo emérito de Setúbal, quis prestar homenagem a D. José Pedreira e agradecer pela amizade de alguém com quem conviveu durante cerca de uma década, como bispos auxiliares, na Diocese do Porto.

“Recordo a simplicidade, o cuidado pastoral, a maneira próximo como se encontrava com as pessoas, um grande sentido de Igreja, de comunhão com os bispos”, referiu.

O padre Mário Azevedo, a residir em Lisboa, recordou por sua vez o antigo companheiro no Colégio do Minho, a quem cedo adivinhou as qualidades necessárias para o episcopado.

“O padre Pedreira era um homem de uma generosidade inexcedível. Trabalhava 24 horas no Colégio do Minho, onde era diretor; às vezes arrancava-o à força, ao domingo, para dar uma volta, porque ele não saía dali. Era de uma dedicação total aos alunos e de uma dedicação total à Igreja”, disse.

D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa, evocou o bispo que, no Porto, trabalhava na região pastoral onde estava a sua paróquia de origem, Leça do Balio e o crismou.

“Guardo essa memória, de alguém que nos falava sempre da sua terra de origem, e desta colaboração próxima entre Viana e o Porto”, assinalou.

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Já a irmã Olinda Marques Gonçalves, que acompanha a comunidade católica em Caminha, recordou D. José Pedreira como uma pessoa “muito simples, humilde, ao lado dos pobres, sempre pronto a ajudar, com um sorriso”

Após a notícia da morte do bispo emérito de Viana do Castelo, o presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, e a Conferência Episcopal Portuguesa publicaram mensagens de condolências, elogiando o legado do responsável católico.

HM/OC

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