Vaticano: Papa diz que é preciso «colocar religiões no centro» da promoção da paz

Francisco recorda viagem ao Cazaquistão, para o VII Congresso dos Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 21 set 2022 (Ecclesia) – O Papa defendeu hoje no Vaticano o papel central das religiões na promoção da paz e da fraternidade, evocando a sua viagem da última semana ao Cazaquistão, para o VII Congresso dos Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais.

Falando perante os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a audiência pública semanal, Francisco destacou a importância de permitir que cada crente seja “protagonista na promoção da paz e da fraternidade humana”.

“Isto significa colocar as religiões no centro do compromisso para a construção de um mundo onde nos escutamos e nos respeitamos na diversidade. Isto não é relativismo, é escutar e respeitar”, acrescentou.

O Papa elogiou o papel desempenhado pelo governo cazaque, neste campo.

“Tendo-se libertado do jugo do regime ateu, agora propõe um caminho de civilização que mantém a política e a religião juntas, sem as confundir nem separar, condenando claramente os fundamentalismos e os extremismos. É uma posição equilibrada”, apontou.

Francisco colocou a declaração final do congresso em continuidade com a que foi assinada em Abu Dhabi, em fevereiro de 2019, sobre a fraternidade humana, e o percurso iniciado com encontro inter-religioso a favor da paz, convocado por São João Paulo II em Assis, Itália, em 1986.

Penso no olhar clarividente de São João XXIII e de São Paulo VI e também no das grandes almas de outras religiões – menciono apenas Mahatma Gandhi. Mas como deixar de recordar tantos mártires, homens e mulheres de todas as idades, línguas e nações, que pagaram com a vida a fidelidade ao Deus da paz e da fraternidade?”.

O Papa falou ainda da minoria católica presente na antiga república soviética, independente desde 1991, “pequeno rebanho, sim, mas aberto, não fechado, não defensivo, aberto e confiante na ação do Espírito Santo, que sopra livremente onde e como quer”.

A intervenção recordou os mártires daquele Povo santo de Deus, homens e mulheres que “sofreram décadas de opressão ateísta”, por causa da sua fé, “durante o longo período de perseguição, assassinados, torturados, presos”.

Foto: Vatican Media

Após a sua reflexão, Francisco deixou uma saudação aos vários grupos presentes, incluindo os peregrinos de língua portuguesa, “convidando todos a permanecer fiéis a Cristo Jesus”.

“Ele desafia-nos a sair do nosso mundo limitado e estreito para o Reino de Deus e a verdadeira liberdade. O Espírito Santo vos ilumine para poderdes levar a Bênção de Deus a todos os homens. A Virgem Mãe vele sobre o vosso caminho e vos proteja”, acrescentou.

O Papa quis assinalar o Dia Mundial dos Doentes de Alzheimer, lamentando que estas pessoas sejam, muitas vezes, colocadas “à margem da sociedade”.

“Rezemos pelos doentes, pelas suas famílias e os que cuidam deles, com amor, para que sejam cada vez mais ajudados e sustentados”, pediu.

OC

Francisco fez, desde 2013, 38 viagens internacionais, nas quais visitou 57 países: Brasil, Jordânia, Israel, Palestina, Coreia do Sul, Turquia, Sri Lanka, Filipinas, Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba, Estados Unidos da América, Quénia, Uganda, República Centro-Africana, México, Arménia, Polónia, Geórgia, Azerbaijão, Suécia, Egito, Portugal, Colômbia, Mianmar, Bangladesh, Chile, Perú, Bélgica, Irlanda, Lituânia, Estónia, Letónia, Panamá, Emirados Árabes Unidos, Marrocos, Bulgária, Macedónia do Norte, Roménia, Moçambique, Madagáscar, Maurícia, Tailândia, Japão, Iraque, Eslováquia, Chipre, Grécia (após ter estado anteriormente em Lesbos),  Malta, Canadá e Cazaquistão; Estrasburgo (França) – onde esteve no Parlamento Europeu e o Conselho da Europa -, Tirana (Albânia), Sarajevo (Bósnia-Herzegovina), Genebra (Suíça) e Budapeste (Hungria), para o encerramento do Congresso Eucarístico Internacional.
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