V CEN: Padre Vítor Ramos considera que se pode «promover nos jovens» a adesão às Confrarias do Santíssimo Sacramento

«A experiência recente da JMJ é a prova de que qualquer missão que peçamos aos jovens, e que eles assumam, tem garantia de sucesso», salientou sacerdote da Diocese do Porto

Foto: Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Braga, 03 jun 2024 (Ecclesia) – As Confrarias do Santíssimo Sacramento têm sido “muito impulsionadas” com os Congressos Eucarísticos, como o que decorreu em Braga, e, segundo o padre Vítor Ramos, podem “promover esse culto nos jovens”.

“A experiência recente que tivemos da JMJ é a prova de que qualquer missão que peçamos aos jovens, e que eles assumam, tem garantia de sucesso. Vivemos também tempos de grande reflexão e tomada de consciência de que somos uma Igreja sinodal e as confrarias são concretização prática disso mesmo”, disse o padre Vítor Ramos, à Agência ECCLESIA.

O sacerdote da Diocese do Porto, que apresentou o tema ‘Confrarias do Santíssimo Sacramento’, num dos workshops do V CEN, acrescenta que esse é o “remédio do sucesso para a revitalização das confrarias”.

“Não voltando a esquemas do passado, à época áurea, que já passaram alguns séculos, mas eu acho que podemos promover esse culto nos jovens. Temos ao lado a vizinha Espanha que nos dá um belíssimo testemunho de como os jovens dinamizam, promovem a vida das confrarias e irmandades, a maior parte ligadas à Semana Santa”, desenvolveu o entrevistado, pároco de Rio Tinto e juiz do Tribunal Eclesiástico.

Segundo o padre Vítor Ramos, as Confrarias do Santíssimo, Associações Públicas de Fiéis, têm sido “muito impulsionadas” na sequência dos Congressos Eucarísticos, são uma expressão “antiga, mas bela, da devolução eucarística do povo de Deus”, um povo que se organiza “por amor a Jesus e à Eucaristia”.

“Temos falta nas nossas comunidades destas associações. Temos reduzido o olhar para as confrarias como manter estruturas do passado e num olhar meramente jurídico e administrativo. São a expressão do povo de Deus, merecem um olhar pastoral”, acrescentou, afirmando que se sobrevivem “desde o século XIII”, “é porque são importantes, porque fazem parte da boa tradição do povo”.

Foto: Samuel Mendonça/Folha do Domingo

‘Jovens (JMJ e Eucaristia)’ foi o tema de Mariana Rego Martins, voluntária na sede da Jornada Mundial da Juventude 2023, em Lisboa, que considera “muito importante” para os jovens a Eucaristia e momentos de adoração ao Santíssimo, sem generalizar porque “depende muito de cada jovem, e das propostas oferecidas pela paróquia ou pela comunidade”.

“Eu acho que há uma certa sede dos jovens católicos em Portugal; perceber qual é a dinâmica da Igreja para os jovens em Portugal e acho que a Igreja precisa de se mover para também integrar muito mais os jovens que se vão afastando”, disse à Agência ECCLESIA.

Com os participantes do seu workshop, a entrevistada partilhou um testemunho de vida sobre como é que viveu a Eucaristia “e também como é que a Eucaristia salvou a fé, a vida, todos os obstáculos”, e como é que a JMJ “apareceu num momento em que estava sem uma fonte viva, de fé” e “surgiu mesmo como salvação e pilar”, da jovem que chegou a Portugal na pandemia de Covid-19, para continuar os estudos, e não tinha paróquia.

“A Jornada ajudou por toda a espiritualidade, todas as oportunidades que foram aparecendo no COL: de Missa todos os dias, que era opcional, a adoração ao Santíssimo Sacramento, também a adoração à Eucaristia semanal, a presença do capelão, muito importante para ir conversando, colocando perguntas também sobre como viver melhor a Eucaristia e a nossa vida espiritual”, destacou Mariana Rego Martins, que encontrou paróquia, comunidade, “a fé já está muito melhor, mais estabilizada”.

Os participantes do V CEN, cerca de 1400 pessoas das 21 dioceses católicas, puderam escolher entre sete workshops – ‘hospitalidade’, ‘família’, ‘espiritualidade eucarística’, ‘pobres’ e ‘ecologia’.

CB/OC

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