Universo digital busca «terra firme»

Apresentação do Dia Mundial das Comunicações Sociais decorreu esta quinta-feira, no auditório da igreja paroquial de S. João de Deus, em Lisboa

Lisboa, 02 jun 2011 (Ecclesia) – O mundo das comunicações sociais, em plena revolução digital, é hoje um “universo movediço e em expansão”, mas que tem potencialidades para dar “passos seguros, em terra firme”.

Esta ideia foi expressa por Pedro Gil, durante o colóquio “Reino Digital – Onde estamos e onde podemos ir?” que integrou a apresentação do 45.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, no auditório paroquial da igreja de São João de Deus, em Lisboa.

O diretor do Gabinete de imprensa do Opus Dei deu como exemplo o esforço que a Igreja Católica tem feito, para se adequar a uma “realidade” em permanente atualização onde, todos os dias, surgem na internet cerca de “60 mil novos sites, 2 milhões de vídeos e 5 milhões de mensagens escritas”.

“Temos projetos como o Evangelho Quotidiano, sites que ajudam na oração como o Passo a Rezar, que disponibilizam retiros online, sites institucionais, de eventos, de espiritualidade, de informação, de comunicação com o meio empresarial” exemplifica aquele responsável, em declarações recolhidas pela Agência ECCLESIA.

Meios que são agora, “parte irreversível da vida humana” e que implicam uma “nova maneira de atuar e pensar, onde tudo se joga nos primeiros três segundos”.

No entanto, seguindo o alerta deixado por Bento XVI, na sua mensagem para o Dia Mundial, “o contacto virtual não deve substituir o contacto direto entre as pessoas”.

Para Pedro Gil, este “terreno movediço” só se tornará “firme” se não cercear a riqueza que constitui o diálogo humano.

“Quem passa uma, duas horas com alguém no Facebook deve perguntar-se se também conversa assim com a família”, aponta.

Uma reflexão que também deve ser feita no campo da pastoral, já que, segundo Bento Oliveira, a internet e as redes sociais não são a salvação da Igreja, mas sim “ferramentas a trabalhar no dia a dia”.

Este professor de Educação Moral e Religiosa Católica criou o projeto “Lent2face”, no Facebook, que começou por ser um meio de ajudar os cristãos a viverem a Quaresma, com 200 pessoas, e que continua ativo com mais de 3500 participantes.

Apesar de não substituir a reflexão face a face, ele corporiza uma nova forma de “próximo”, nascido nas redes sociais, “aquele que cada um segue de perto, a partir do que lê”.

Abílio Martins, gestor do portal Sapo, dá uma ideia do grau de crescimento que a comunicação virtual tem conhecido nos últimos anos.

“Juntando o Facebook e o Twitter, estaríamos perante o terceiro pais mais populoso do mundo, com 650 milhões habitantes” destaca.

A rápida evolução das plataformas digitais e a adesão em massa das pessoas tem aberto àquela organização uma multiplicidade de novos projetos, sobretudo na área da televisão e das comunicações móveis.

JCP

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