Um bom combate

As contas de Deus são sempre diferentes das nossas. Temos a certeza de que Ele não se engana e que nós sabemos pouco de ajustes finais do tempo e da eternidade. Mas neste caso não perdemos muito com saber pouco. Podemos celebrar as zonas do desconhecido como uma dádiva silenciosa e íntima de Deus. Não sabemos a quem nem como chega a semente. Nesta matéria a televisão, como meio massivo, também nos ajuda. Apesar das contagens comerciais das audiências, também não sabemos com rigor quem está do outro lado, o que vê, o que sente, o que colhe, o que rejeita. Quando se trata de semear o Evangelho também não perdemos com as nossas poucas capacidades. Sabemos que um é o quem semeia, outro o que colhe. E que também a Palavra se espalha ao vento sem explicar onde germinam as suas sementes. Nem como reagem os corações atribulados, nem como da cinza renascem esperanças, nem como se acendem luzes na noite das dúvidas. Tudo isto pode passar por um pequeno profeta, mas também pela Igreja profética. Neste caso não faz contagem de participantes como no templo. Nem escuta as vozes que respondem às preces, nem mede os corações que se sentem ressurgir com a palavra de Jesus, ou de Pedro, Paulo, Barnabé, ou dos Apóstolos do século XXI que continuam a anunciar sobre os telhados em analógico ou digital, pelos sons ou pela magia da imagem, pela parábola, alegoria, pela notícia ou testemunho dos crentes, pela explosão criadora do Génesis ou pelo fantástico anúncio do concerto final do Apocalipse. Vão apenas 10 anos sobre o programa ECCLESIA, da Igreja Católica, nos emissores da televisão pública, com um desfile incontável de crentes em Jesus, na Igreja, na comunicação dos santos. Esse trabalho deve-se a uma série de diligências quase heróicas que tornaram possível a presença de Confissões Religiosas na Televisão de todos os portugueses. Deve-se a um grupo entusiasta de jovens jornalistas de formação cristã que aprenderam a ser profissionais da Boa Nova. Deve-se a um grupo de peritos que generosamente contam o seu saber sobre a Bíblia, a liturgia, a história da Igreja, o empenhamento social, a espiritualidade do nosso tempo, a narrativa de quanto somos e queremos ser. Tudo isso se celebra no décimo aniversário do programa ECCLESIA onde se sabe o que se disse e se revelou pela imagem, mas não se calcula o quanto de semente caiu em crentes e descrentes, na sequência dum trabalho profissional sério, sereno, persistente, no grau preciso de fidelidade à Igreja e aos homens e mulheres de hoje. Por isso a sociedade portuguesa deve saudar com gratidão este aniversário de “A Fé dos Homens”.Por nossa parte não escondemos a alegria deste bom combate pela fé. António Rego

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