Ucrânia: Vaticano pede nova conferência europeia de paz para travar «barbárie»

Cardeal Pietro Parolin lamenta ameaça de uso de armas nucleares

Foto: Lusa/EPA

Roma, 13 dez 2022 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, defendeu hoje a realização de uma nova conferência europeia de paz, face ao conflito na Ucrânia, recordando a que decorreu na cidade de Helsínquia, em 1975.

“Precisamos de coragem, de apostar na paz e não na inelutabilidade da guerra… Por que não trabalharmos juntos, para criar uma grande conferência europeia dedicada à paz?”, questionou o responsável pela diplomacia da Santa Sé.

O colaborador do Papa falava em Roma, num evento promovido pela Embaixada da Itália junto da Santa Sé, em colaboração os media do Vaticano, para recordar o “espírito de Helsínquia”, no contexto da Guerra Fria.

D. Pietro Parolin apelou a um maior envolvimento, organizado e determinado, da sociedade civil, movimentos pela paz, think-tanks e organizações que trabalham a todos os níveis na educação para a paz e o diálogo”.

A Santa Sé, acrescentou “está pronta para fazer todos os possíveis” para favorecer um processo de diálogo e cooperação.

“Vamos todos comprometer-nos em escrever uma nova página na história da Europa e do mundo, para pôr fim à barbárie fratricida em curso na Ucrânia”, apelou.

O cardeal admitiu que, neste momento, “não há condições para que se repita o que aconteceu em Helsínquia”, mas assumiu a necessidade de lutar pela paz.

“Não podemos ler o presente e imaginar o futuro apenas com base em velhos esquemas, velhas alianças militares ou colonizações ideológicas e económicas”, apontou.

O secretário de Estado do Vaticano recordou as imagens que chegam desde o início da invasão russa, a 24 de fevereiro com crianças, civis e soldados mortos, milhões de deslocados, cidades destruídas, escuridão e frio.

Para o responsável, a admissão do recurso a “armas nucleares e uma guerra atómica” deve levar todos a questionar-se sobre se estão a fazer “tudo o que é possível para pôr fim a esta tragédia”.

O cardeal Parolin citou as palavras pronunciadas pelo Papa, no ângelus do último dia 2 de outubro, quando se dirigiu diretamente aos presidentes da Rússia e da Ucrânia, alertando para o risco de uma escalada nuclear.

OC

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