Tráfico Humano: Cáritas Europa alerta para realidade das «crianças espoliadas da sua infância»

Organismo católico desafia países a combater «tragédia global»

Bruxelas, 08 fev 2017 (Ecclesia) – A Cáritas Europa alertou hoje para a “indiferença” da sociedade “que alimenta o tráfico de seres humanos”, no dia em que a Igreja Católica promove uma jornada de oração e reflexão contra este problema.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o organismo católico classifica o tráfico humano como “uma tragédia global” que “afeta milhões de pessoas em todo o mundo e gera biliões de euros a favor do crime organizado”.

A instituição sublinha a incidência deste problema no Velho Continente e desafia os países da União Europeia a “ratificarem e implementarem a Convenção do Conselho da Europa de Ação Contra o Tráfico de Seres Humanos”.

Para a Cáritas Europa, os Estados-membros devem recorrer a todos os meios legais para combaterem as causas que estão “na raiz” do tráfico de pessoas.

A jornada de oração e reflexão que decorre esta quarta-feira tem especialmente em conta as crianças vítimas de tráfico.

Geneviève Colas, especialista da Cáritas nesta área, afirma que é essencial dar “atenção especial aos mais novos, já que são eles que mais sofrem, sobretudo em situações de conflito ou pós-conflito e de migração precária”.

“Frequentemente as crianças fogem de contextos limite nos seus países, cheias de esperanças e sonhos. Mas acabam por cair na escravatura laboral e sexual. Elas são espoliadas da sua infância e dignidade. As feridas psicológicas que daqui resultam são tremendamente profundas”, frisa aquela responsável.

A recente onda de refugiados que está a acorrer à Europa, motivada por situações de guerra e violência em países como a Síria, o Iraque e a Eritreia, tem favorecido o tráfico de crianças que muitas vezes chegam completamente sozinhas, sem a companhia dos seus pais ou familiares.

Em 2016, a Europol alertava que pelo menos 15 mil crianças refugiadas tinham caído na escravatura laboral e sexual, ou na mendicidade, devido à ação de redes criminosas.

JCP 

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