Solidariedade: Voluntários da Paróquia de Nossa Senhora do Amparo de Benfica combatem fragilidade social com distribuição de cabazes alimentares

«[Procurava] um sítio onde eu pudesse também dedicar um pouco do meu tempo aos outros, resolvi vir fazer o voluntariado para aqui para o refeitório», refere Maria Alzira

Benfica, 03 mar 2024 (Ecclesia) – A paróquia de Nossa Senhora do Amparo de Benfica (Lisboa) tem um Centro Social que acolhe quem é mais frágil, através da distribuição de cabazes de alimentos, servindo 86 utentes apoiados pelo refeitório.

“A nossa missão é dar de comer, mas também dar de vestir e abranger uma série de pormenores, de carências que as pessoas que nos chegam nos trazem. Mas a missão fundamental e para a qual nós aqui começámos a trabalhar foi realmente tentar distribuir alguns alimentos. E esses alimentos vêm todos os dias, de segunda a sábado, apesar de nós só distribuirmos de segunda a sexta”, explica Maria Isabel Ferraz, voluntária de apoio alimentar, em entrevista à Agência ECCLESIA.

O trabalho é assegurado por voluntários da paróquia de Nossa Senhora do Amparo, mas o programa de auxílio articula-se com a Cáritas Diocesana de Lisboa, sob a coordenação do Centro Social.

Maria Isabel Ferraz gere e organiza este gesto solidário, chegando cedo ao Centro Social para organizar a ajuda que chega de superfícies de vizinhança e distribuir por cabazes consoante as necessidades de quem os recebe.

“Uns são pessoas que vivem isoladamente, em melhores ou piores condições, porque é tanto o sem-abrigo, como o que vive num quarto com más condições, como aquele que vive numa casa, mas com uma precariedade muito grande”, adianta.

A voluntária indica que para não haver o risco de “dar um pouco mais a um ou um pouco mais ao outro”, a ação funciona com listas, em que cada produto é distribuído por uma ordem.

No mesmo espaço, Maria Alzira também dedica tempo à valorização do outro para combater a fragilidade.

“Fiz o curso Alpha aqui na nossa igreja e no final do curso foi-nos comunicado que havia um local onde se distribuía géneros alimentares e também tinha um refeitório onde as pessoas almoçavam e pediam pessoas para poderem colaborar. E nessa altura eu, que andava a procurar um bocadinho de arranjar um sítio onde eu pudesse também dedicar um pouco do meu tempo aos outros, resolvi vir fazer o voluntariado para aqui para o refeitório”, conta a voluntária de apoio alimentar.

Apesar de o refeitório ter sido descontinuado em virtude dos constrangimentos da pandemia, o auxílio alimentar nunca foi interrompido.

“Neste momento temos a capacidade dos 100 idosos, temos o jardim infantil, também para as 100 crianças, temos o banco alimentar, que lá está em complemento com o refeitório social. Neste momento são cerca de 180 famílias no total, já com o refeitório, 70 do banco alimentar e é toda esta franja da população, engloba desde os migrantes aos idosos, aos desempregados, às famílias monoparentais, ou também aquelas famílias numerosas que têm muitos filhos, temos aqui muita variedade na população a dar resposta”, elucida Cátia Serrano.

A assistente social no Centro Social Paroquial de Nossa Senhora do Amparo esclarece que a ação daquele Centro Social se destina exclusivamente ao apoio alimentar, encaminhando as pessoas que procuram emprego para a Santa Casa ou Junta de freguesia.

No dia em que se assinala o Dia Cáritas, o Programa ’70X7 deste domingo, trasmitido na RTP2, às 17h25, destaca dois projetos desta organização católica, nomeadamente a ação do Centro Social Paroquial de Nossa Senhora do Amparo.

A Cáritas é uma rede que se organiza a nível local (paroquial), diocesano, nacional, europeu e internacional; em Portugal está presente nas 20 dioceses do país, unidas na Cáritas Portuguesa, e em grupos locais que atuam em proximidade, nas paróquias e comunidades.

HM/LJ/OC

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