Solidariedade: Esmola é inseparável da religião, diz arcebispo de Évora

«Se quisermos receber, temos que dar» salienta D. José Alves na mensagem quaresmal

Évora, 09 Mar (Ecclesia) – O arcebispo de Évora, D. José Alves, considera que os donativos de bens e dinheiro constituem uma das dimensões essenciais da espiritualidade cristã e das suas celebrações litúrgicas.

Em texto publicado hoje no site da arquidiocese, o prelado sublinha que “o cristão nunca pode esquecer que a esmola ultrapassa o nível dos gestos filantrópicos para se tornar um gesto religioso”.

Para D. José Alves, “a partilha dos bens é um dos meios mais nobres e, porventura, mais eficaz” com vista “à conversão do coração”, um dos objectivos da Quaresma que começa esta quarta-feira com a celebração da missa onde se impõem cinzas sobre a cabeça dos fiéis, que as recebem como símbolo de penitência e humildade.

“Tendo em conta a difícil situação económica em que se encontram muitas famílias no nosso país, [a esmola] será também o mais necessário e urgente para ajudarmos a resolver os graves problemas por que estão a passar tantos irmãos nossos”, escreve o arcebispo na mensagem quaresmal intitulada “Se quisermos receber, temos de dar!”.

O documento recorda que a Bíblia, ao referir-se à esmola e repartição de bens, inclui a partilha de “dons espirituais” e “o trabalho a favor dos necessitados”, especialmente “solicitado a todos neste ano europeu dedicado ao voluntariado”.

José Alves anuncia que o fundo diocesano de apoio aos mais carenciados, gerido pela Caritas local, vai ser o destino da renúncia quaresmal, prática em que os fiéis abdicam da compra de bens que adquirem habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para uma finalidade especificada pelo bispo.

O prelado recorda que a Quaresma é marcada pela preparação para o baptismo, constituindo para os já baptizados um “tempo de conversão, de purificação e de renovação interior”.

A Quaresma, que começa esta quarta-feira de Cinzas, é um período de 40 dias, exceptuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que servem de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário dos cristãos.

RM

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