Sociedade: Projeto «Porta Solidária» regista aumento de pedidos de ajuda

Mais famílias recebem refeições na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, do Porto

Foto: Porta Solidária

Porto, 01 nov 2022 (Ecclesia) O projeto ‘Porta Solidária’, da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, Diocese do Porto, regista nas últimas semanas um aumento no número de pedidos de refeições.

“Estamos com números muito elevados, a média diária é de 320 pessoas”, disse à Agência ECCLESIA o padre Rubens Marques, pároco local.

Aberto desde 2009, o projeto acompanha também muitas pessoas que levam refeições para comer em casa.

“Esse número está a aumentar e são famílias com várias crianças”, adverte o sacerdote.

O pároco de Nossa Senhora da Conceição destaca que, mesmo que um dos membros do casal esteja a trabalhar, “o ordenado não chega para a economia familiar”.

Ao longo dos últimos dois anos, marcados pela pandemia, a organização serviu mais de 300 mil refeições; a guerra na Ucrânia, com a crise económica que se lhe seguiu, levou a novo agravamento da situação.

“O número de pessoas que procura alimentação está de novo a aumentar. Também procuram muito a ajuda para pagar medicamentos, botijas de gás”, relata o entrevistado.

O padre Rubens Marques fala em sinais de que “a pobreza está a aumentar muito”.

O serviço ‘Porta Solidária’, na cidade do Porto, é complementado com um psicólogo, enfermeiros, atendimento social e alguma assistência jurídica.

O pároco de Nossa Senhora da Conceição sublinha a necessidade de “quebrar o círculo vicioso” da pobreza e oferecer “oportunidades iguais” para todos.

“É preciso investir a montante, porque não são os paliativos de 125 euros ou outros que vão resolver a pobreza. São uma ajuda, bem-vinda, para o momento, mas a questão da pobreza em Portugal deve ser resolvida a montante”, indica o responsável católico.

Durante a passagem dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude pela Diocese do Porto, a ‘Porta Solidária’ e o ‘Coração na Rua’ acompanharam as pessoas em situação de sem-abrigo que participaram numa celebração que lhes foi dedicada, a 8 de outubro, na Igreja da Trindade.

“Queríamos muito que a Cruz, os símbolos, tocassem o coração deles”, conclui o padre Rubens Marques.

CB/OC

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