Luto: «A morte, o morrer, o que é vital»

Três sessões na Brotéria promoveram debate sobre tema central

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Lisboa, 01 nov 2022 (Ecclesia) – O Centro Cultural Brotéria promoveu na última semana um curso, em três sessões, sobre o tema ‘A morte, o morrer, o que é vital, conduzido pelo padre jesuíta Vasco Pinto Magalhães.

“A Brotéria como espaço de diálogo intercultural tem aqui um tema que poucas vezes abordamos, mas que interessa realmente”, refere o religioso à Agência ECCLESIA.

O entrevistado aponta o dedo a uma “sociedade com medo da morte, mas que também mata com facilidade”.

“Achamos que é algo que toca a intimidade, que as pessoas não querem discutir e que cada um tem as suas ideias”, indica o Padre Vasco Pinto Magalhães.

Para o padre jesuíta, a insegurança em falar sobre a morte vem até dos que aparentemente estariam mais à vontade com o tema.

“Até nós padres revelamos por vezes dificuldade nesta matéria, para o diálogo com o luto e com as pessoas que o vivem”, aponta.

Vital é amar e quem ama morre. Não queremos morrer, mas arranjamos muitas razões para matar…” – Centro Cultural Brotéria

A proposta levou dezenas de pessoas ao salão da Brotéria, por diversos motivos, como as mortes prematuras que sofreu na vida, no caso de Gilda Nunes Barata.

“Desde cedo, o sentido trágico da vida levou-me a um aprofundamento deste tema nos livros, nas palestras e principalmente, na proposta da espiritualidade” explica.

As propostas do curso apresentavam a morte na dimensão pedagógica de quem integra na vida uma realidade que sabemos incontornável.

“Quando nascemos já estamos a morrer um pouco, e sabendo que dela não escapamos temos de valorizar ao máximo as oportunidades e o bom que a vida nos dá”, sublinha Ana Marta Araújo, a respeito destes encontros de fim de tarde.

Gilda Nunes Barata acrescenta que a morte é uma realidade abrangente e com diferentes manifestações: “Nós vamos tendo mortes ao longo da vida que também elas podem gerar vida na medida em que são acontecimentos que nos tornam mais fortes e mais sólidos”.

Ao longo de três dias, a morte foi olhada como um “avesso da vida” uma “semente que não acaba, mas se transforma”.

O Centro Cultural Brotéria é um espaço de portas abertas em pleno Bairro Alto, Lisboa, uma aposta da Companhia de Jesus para dialogar com a cultura urbana e trazer a reflexão cultural para o coração da cidade.

HM/OC

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