Sociedade: Há grávidas a chegar à maternidade sem o enxoval dos bebés

Teresa Correia, da ADAV-Aveiro, lamenta que mães encurtem licença de maternidade, com receio de despedimento

Foto: ADAV-Aveiro

Aveiro, 07 mai 2023 (Ecclesia) – A presidente da direção da Associação de Defesa e Apoio da Vida (ADAV), em Aveiro, alertou para o agravamento das dificuldades sentidas pelas mães que acompanham, apelando ao respeito pelos direitos laborais na gravidez e maternidade.

“Temos tido muitas, cada vez mais, mães que não têm o enxoval, todas as roupas e também o ovo que é preciso levar para o hospital”, alertou Teresa Correia, convidada na entrevista semanal conjunta Ecclesia/Renascença, emitida e publicada aos domingos.

A ADAV-Aveiro dedica-se, há mais de 20 anos, ao apoio local das jovens mães, dos seus bebés e suas famílias, mais de 800, até hoje.

“O trabalho tem sido feito junto de mães grávidas, de outras mães que já tinham tido os seus bebés e nos procuram, por situações diversas de dificuldades familiares”, precisa a presidente da direção, admitindo que “há cada vez mais dificuldades”.

Teresa Correia adverte para os receios de grávidas e jovens mães, muitas vezes ameaçadas com despedimentos ou dispensas, por causa da sua decisão de assumir a maternidade.

“Apesar da legislação, nem sempre os empregadores são sensíveis a toda a situação, que é acompanhar um bebé”, aponta, considerando “muito importante que se fale sobre o assunto que se denunciem os problemas.

Há muitas mães que acabam por não querer gozar a licença total de maternidade ou mesmo pais, com medo de irem para a rua, e realmente isto é para mim é incrível. Todas as pessoas que lidam nesta área social e que se apercebem de que isso acontece com frequência, temos de denunciar os casos”.

Foto: ADAV-Aveiro

A ADAV-Aveiro apoia famílias portuguesas e de imigrantes, muitas vezes sem “retaguarda nenhuma a nível familiar”.

A ajuda chega de uma “rede muito grande de amigos e benfeitores”.

“Aceitamos bens de puericultura e depois emprestamos”, precisa a entrevistada, elogiando a generosidade de quem colabora com a associação, apesar da crise que o país enfrenta.

Com uma ação centrada no “dom da vida”, Teresa Correia destaca os “muitos casos de sucesso” que passaram pela associação, com a autonomização das famílias, e pede uma maior aposta na criação de vagas para creche, infantário e pré-escolar, considerando-as “importantíssimas para o desenvolvimento social e pessoal de cada criança”.

“Não, não há lugares suficientes, apesar de ter sido anunciado que eles iriam ser criados”, lamenta.

Henrique Cunha (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)

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