«Preocupa-nos quando não são cumpridas obrigações», disse porta-voz da CEP
Fátima, 10 dez 2019 (Ecclesia) – O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse hoje em Fátima que os bispos católicos estão a acompanhar as preocupações das Misericórdias e Instituições de Solidariedade sobre a sua sustentabilidade.
“As misericórdias fazem um excelente trabalho e há preocupação para que esse trabalho seja levado para a frente”, preocupação que se estende às IPSS, referiu aos jornalistas o padre Manuel Barbosa, após a reunião mensal do Conselho Permanente do CEP.
“É um assunto recorrente: preocupa-nos quando não são cumpridas obrigações e estas instituições que servem as pessoas não têm os meios que são prometidos, que estão consignados para esse fim”, acrescentou o responsável.
No último sábado, o presidente da União das Misericórdias Portuguesas lamentou a falta de cumprimento, por parte do Estado, na comparticipação ao setor social.
Antes, a Federação dos Centros Sociais e Paroquiais alertou para o impacto do aumento do salário mínimo; o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) pediu que a atualização dos acordos de cooperação acompanhe esse aumento salarial.
Na conferência de imprensa desta tarde, o secretário da CEP abordou ainda o debate sobre a legalização da eutanásia, elogiando o mais recente documento da Conferência Episcopal Espanhola sobre o tema, em defesa da vida, “com linguagem bastante acessível”.
O padre Manuel Barbosa diz que está a ser desenvolvido um trabalho “em conjunto” com a sociedade civil e outras religiões, na luta contra a eutanásia.
“Estamos de alma inteira nesta causa, que é uma causa pela vida, até à etapa final, que é preciso acompanhar, proteger, acolher”, precisou.
O porta-voz da CEP falou numa “feliz coincidência” pela realização de um grande encontro em Portugal, promovido pela Academia Pontifícia para a Vida, da Santa Sé, a 16 e 17 de março de 2020, sobre os cuidados continuados.
Questionado sobre a COP25, o padre Manuel Barbosa disse que a Igreja Católica em Portugal está em “sintonia plena” com o Papa Francisco, na defesa de uma “ecologia integral”, desejando que, neste campo, a voz da Igreja seja “mais escutada”, em particular a encíclica Laudato Si’ (2015).
CB/OC